Os criminosos se apresentam com documentos falsos, usam numerações de carteiras de motoristas que têm ficha limpa e conseguem autorização para buscar o açúcar nas usinas. Depois, desaparecem com a carga.
Em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, quadrilhas se especializaram em roubar um produto que está muito valorizado no mercado: o açúcar.
O dono de uma transportadora teve dez caminhões carregados de açúcar roubados. Ele foi enganado pelos próprios motoristas contratados para fazer o frete: “Já leve mais ou menos uns R$ 540 mil de prejuízo. Eu não consigo fazer seguro mais”, conta.
O interesse das quadrilhas cresceu junto com preço do açúcar. Há dois anos, a saca de 60 quilos custava R$ 20. Hoje, vale quase R$ 70. Sem frota suficiente para escoar a produção em alta, as transportadoras contratam motoristas autônomos. É nessa hora que muitas caem no golpe.
Os criminosos se apresentam com documentos falsos, usam numerações de carteiras de motoristas que têm ficha limpa e conseguem autorização para buscar o açúcar nas usinas. Depois, desaparecem com a carga.
Além de se infiltrar nas transportadoras, as quadrilhas agem também em postos de combustíveis nas rodovias. Segundo a polícia de São Paulo, a Rodovia Anhanguera passou a ser uma das rotas mais perigosas nos últimos oito meses. Motoristas são rendidos e levados junto com os caminhões.
“O motorista certo, ele já sai da usina, programa a viagem para chegar direto lá no porto sem fazer parada. Porque se fizer parada nessa região, está correndo o sério risco”, conta um caminhoneiro.
Há um mês, a polícia desmontou uma quadrilha que usava empresas de fachada para embalar e vender açúcar roubado. Mas o delegado que comanda as investigações em Ribeirão Preto disse que é difícil combater os receptadores: “Além do alto valor de mercado, o açúcar é mais difícil de ser rastreado posteriormente porque ele não tem identificação, não tem número de série. Uma vez ele retirado da sacaria da usina, dificilmente ele vai ser identificado como originário daquela usina vítima ou daquela transportadora vítima”, explica o delegado seccional Gustavo André Alves.
fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/09/quadrilhas-se-especializam-em-roubar-acucar-em-ribeirao-preto-sp.html
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