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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Peso do terceiro dígito no tanque de gasolina faz diferença na conta

 

Umas letrinhas pequenas estão dando muita discussão nos postos de gasolina. Alguns estão com os números fora do padrão permitido.



Sempre que alguém tenta esconder algo, o consumidor acaba pagando o preço. Nesse caso é literal: a terceira casa depois da vírgula no preço do combustível faz aumentar a conta de quem abastece. Um economista fez essa matemática e a diferença é grande.
Parece que está sobrando, mas o terceiro dígito faz parte do preço. É só passar em um posto de combustíveis para avistar o número.
Na cidade de Maringá, no Paraná, o Procon notificou mais de cem postos para que usassem apenas duas casas decimais, mas o sindicato que representa o setor conseguiu uma liminar da justiça autorizando os três dígitos. Em Salvador, na Bahia, uma lei municipal foi sancionada para impedir os milésimos na hora de encher o tanque.
Só que a legislação que criou a moeda brasileira permite o uso das três casas decimais em alguns casos. Uma portaria autoriza os postos a colocar o preço do litro do combustível com três casas decimais, mas na hora de o consumidor pagar a conta, o valor tem de ser arredondado.
A regulamentação está em vigor desde 1994, criada pelo então Departamento Nacional de Combustíveis, o equivalente hoje à Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Na verdade, esse ‘999’ nada mais é que algo tentando ludibriar o consumidor na minha concepção, mesmo porque nossa moeda não tem 999”, critica o bancário Diogo Alves.
Pode parecer pouco, mas o terceiro dígito faz diferença na conta. Quem explica o economista Nicolau Pompeo. No valor R$ 1,899, tirando o último ‘9’ o valor fica R$ 1,89. Quanto o posto deixaria de arrecadar?
“No caso de um posto que vende aproximadamente 400 mil litros no mês, ele deixa de arrecadar R$ 3,6 mil, correspondente ao salário de três frentistas. Na realidade, esse último ‘9’ significa o consumidor pagando o salário de três frentistas”, calcula o economista Nicolau Pompeo.
Em alguns postos, é preciso se esforçar para enxergar o último número. “A gente nem olha, mas acho que é ‘9’. As coisas sempre ficam ‘0,99’ para parecer um pouco menos”, aponta o securitário Ronaldo Pacheco.
José Alberto Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), afirma que a lei não especifica o tamanho dos números.
“O tamanho da letra do número não é determinado pela agência. Cada posto faz o seu. Tanto é que, em um dos postos, o número é grande. Em outros, são pequenos. O número tem de ser de acordo com que o consumidor veja. Se ele está vendo o número, eu acho que está legal”, afirmou o presidente do Sincopetro.
“Pelo Código de Defesa do Consumidor, a informação deve ser ostensiva por completo, e não apenas os dois dígitos. Se são três dígitos depois da vírgula, os três devem possuir o mesmo tamanho”, alerta Paulo Góes, diretor-executivo do Procon-SP.
Ainda de acordo com o Sincopetro, se os preços nas bombas fossem com apenas dois dígitos depois da vírgula, os combustíveis ficariam mais caros. Em um posto onde o litro custa R$ 1,899, o consumidor que enche o tanque paga R$ 0,45 a mais do que se o litro custasse apenas R$ 1,89. Se ele apenas quatro vezes por mês, a diferença em um ano chega a R$ 22 por consumidor.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/peso-do-terceiro-digito-no-tanque-de-gasolina-faz-diferenca-na-conta.html

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