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sábado, 24 de setembro de 2011

Esculturas submersas nas águas de Cancún servem de abrigo para peixes

 

O museu submarino é um projeto para as gerações futuras. Só em 2011, serão criadas mais 200 estátuas para serem lançadas no fundo do mar.



O céu reflete as surpresas que se encontra pelo paraíso mexicano. Chegando lá, dá para imaginar como deve ter sido a origem da vida no planeta, como é o milagre da evolução das espécies e como podemos avistar o futuro. Água é o que não falta neste lugar encantado.
Cancún é uma maravilha para turistas e cientistas. A equipe do Globo Repórter foi com um plano bem traçado: descobrir mistérios do mar na terra dos piratas do caribe. Navios funcionam como restaurantes flutuantes e atraem curiosos, mas a intenção da equipe é explorar a imensidão azul, que esconde e protege um tesouro para todas as gerações. Ela foi até lá para conhecer o maior museu submarino do mundo, um superprojeto criado no chão firme e fértil.
Em um galpão cheio de luz, figuras humanas vão se transformar como em um passe de mágica. Embaixo, a nove metros de profundidade, as esculturas brancas viram abrigo, berçário e alimento abundante para os diversos seres do oceano.
Mas qual é a origem destas obras de arte submersas? Que projeto tão extraordinário é este? A equipe encontra o criador admirando a criatura. O nome dele é Jason deCaires Taylor. Ele é apaixonado pela natureza desde criança, quando vivia na Malásia. Há três anos, o aventureiro e artista mora no México, em Puerto Morelos, uma aldeia de pescadores, onde faz as esculturas.
O criador do Museu Submarino usou como modelos moradores da região e fez as esculturas no tamanho natural. A administradora Lilia Aurora Perez mostra que posou com a mão em cima do ventre. Ela estava grávida de oito meses na época. A filha Lili já está com um ano e dois meses. O pai e a mãe se orgulham muito do projeto. Ela serviu de modelo, e ele, que é engenheiro, trabalha em uma empresa que leva as estátuas para o fundo do mar.
Foi de olhos fechados que Lilia posou, porque o molde é feito primeiro com gesso. Jason fala que cobriu o rosto e o corpo dos modelos com gesso, silicone, cimento e resina. É uma mistura ideal para o que vem depois. Com o passar do tempo, lá embaixo, no mar, as estátuas vão ser modificadas pela natureza.
Na água cristalina do Caribe mexicano, em Cancún, o Globo Repórter vai encontrar um museu submerso e um batalhão de figuras humanas no fundo do mar. Vale a pena descer nessa água tão cristalina e limpa.
Depois, percebe-se que nem é tão profundo quanto se imagina. A visibilidade embaixo da água é total. De repente os repórteres encontram uma coluna marrom onde os peixes atravessam em bandos. Depois, chegam ao museu submerso em plena mutação, já com a influência da crosta marinha, com as algas cobrindo as obras de arte.
Dois anos lá embaixo e as estátuas ganharam o refinado toque da água salgada, temperada com os mais ricos nutrientes. É um prato cheio para os pesquisadores e um banquete para as criaturas do Parque Nacional Marinho. A reserva protegida da península de Yucatán está mais revigorada com os recifes artificiais. As estátuas brancas, agora cobertas de algas, já fazem o papel dos corais vivos. Assim, as florestas submarinas se multiplicam para o bem de todas as espécies.
A estátua da mulher grávida está lá. Ela se destaca como um símbolo da vida. O autor fez questão de dizer que escolheu pessoas comuns da região que representassem o povo mexicano. Lilia Aurora Perez, no período da gravidez, posou durante quatro horas para se eternizar no museu do mar. Mãe e filha na terra, e as estátuas vivas no mar. Já são até agora 413.
O trabalho da natureza e o trabalho do artista merecem levar a vida toda. Até o pai do autor das obras aparece como "o colecionador de sonhos", em um ponto isolado do museu. Mas um dos maiores destaques é o "homem em chamas", chamado assim por Jason porque simboliza um pescador, e tem corais de fogo plantados na escultura.
O objetivo do autor, que teve a ideia de construir todas as peças, é chegar a oito mil. O repórter Chico José perguntou qual das peças que estão no fundo do mar ele gosta mais. Jason respondeu que prefere a freira e a figura do menino de três anos. Tão pequeno e conseguiu ficar horas parado para servir de modelo. Lilia diz que a filhinha também posou no seu ventre. Mãe e filha, imortalizadas no museu, têm muitas histórias para contar.
Ela fala que o museu submarino é um projeto para as gerações futuras. Só em 2011, serão criadas mais 200 estátuas para serem lançadas no fundo do mar. Nessa nova fase, Jason resolveu dar um recado àqueles que não veem a necessidade de preservar a natureza. No museu, há uma figura de quatro, com a cabeça enterrada no chão. O objetivo é alertar autoridades para que deixem de ignorar tudo que está à sua volta

fonte: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/08/esculturas-submersas-nas-aguas-de-cancun-servem-de-abrigo-para-peixes.html

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