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sábado, 17 de setembro de 2011

Falhas no abastecimento provocam desperdício de quase metade da água tratada


Os vazamentos nas redes de distribuição aparecem em vários lugares e formam um rombo no sistema. Os principais motivos são: redes muito antigas, falhas de manutenção e ineficiência no gerenciamento do sistema.



Um relatório do Ministério das Cidades mostra que o Brasil desperdiça 41% da água tratada. O repórter Paulo Renato Soares mostra as causas desse desperdício.
Parece uma fonte natural, mas é o cano da companhia de abastecimento que furou, e não foi nesta sexta. “Muito tempo que isso está furado”, conta um homem.
“Enquanto na rua vai direto para fora, dentro de casa nós não temos uma gota d’água”, diz uma mulher.
No meio da rua, na calçada; de norte a sul do país. Juntos, os vazamentos nas redes de distribuição que aparecem em vários lugares formam um rombo no sistema. Segundo relatório do Ministério das Cidades, em média, de cada 100 litros de água que saem das companhias de abastecimento no Brasil, 41 são desperdiçados. Bem acima de índices de países como Estados Unidos, que é de 12 litros, e França, de apenas 9 litros.
O prejuízo passa de R$ 4 bilhões por ano. Os principais motivos são: redes muito antigas, falhas de manutenção e ineficiência no gerenciamento do sistema. A água tratada e limpa que vai pelo ralo tem um preço. Mas não são as empresas de abastecimento que pagam. O custo do desperdício termina na conta do consumidor.
De acordo com o relatório, por causa da falta de fiscalização sobre ligações clandestinas, defeitos nos hidrômetros e erros de leitura, as companhias têm dificuldades de cobrar por toda a água que fornecem.
No estado do Rio, na região abastecida pela empresa Cedae, de cada 100 litros, 54 se perdem. E no Amazonas, na rede da Cosama, que atende cidades do interior do estado, as perdas são de 79 litros. O Ministério das Cidades estima que, sem esses problemas, as contas poderiam ser até 14% mais baratas.
“Temos que antecipar políticas públicas fortes. Precisamos de regras, quer dizer, o controle da sociedade percebendo que o serviço pelo qual ela paga é mal prestado. E exigir, não só do prestador, mas também das autoridades, regras e controles para que o serviço seja bem prestado”, explica o professor da Coppe/URFJ Paulo Canedo.
A Cedae informou que o relatório não leva em consideração o fornecimento gratuito de água a comunidades pobres do Rio, nem as ligações clandestinas. A Cosama, do Amazonas, afirmou que não há hidrômetros nas residências atendidas pela empresa e que o desperdício ocorre dentro da casa do consumidor.


fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/09/falhas-no-abastecimento-provocam-desperdicio-de-quase-metade-da-agua-tratada.html

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