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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Aumento de imposto sobre carro importado não intimida consumidores

 

O ‘Bom Dia’ percorreu as lojas depois do aumento do IPI. O consumidor acelerou pra fazer a compra antes do reajuste de preços.



Os consumidores correram para as concessionárias de carros importados. Querem aproveitar os últimos dias de estoque sem aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI). São 20 mil os carros importados que estão em estoque, e as vendas deram um salto.
A nova remessa já vem bem mais cara: quase 30% mais caros. Por enquanto, as concessionárias de carros importados ainda estão comemorando as boas vendas do último fim de semana. Depois que o governo anunciou o aumento do IPI, a procura pelos veículos cresceu 60%. Por causa disso, os estoques devem acabar antes do previsto.
Nem Papai Noel fez o sino tocar tanto. Foram 54 vezes. Esse foi o total de vendas na concessionária de carros chineses nos últimos três dias, o que representa um aumento de 50%. “Se for fazer um negócio bom, já aproveito o desconto antes do aumento”, disse o empresário Giovani Marques da Silva.
O anúncio na última quinta-feira (15) do aumento do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para carros importados provocou uma corrida às lojas. A concessionária que vende modelos sul-coreanos está faturando mais esses dias. “Algo por volta de 50% a 60% no nosso volume de clientes interessados ainda na certeza de fazer a aquisição dos carros dentro do preço sugerido pela nossa marca”, calculou o gerente de vendas Fernando Ribeiro.
Como sabe que o preço desses carros pode subir entre 25% e 28%, o consumidor quer garantir o carro importado na garagem logo. “Eu quero comprar à vista. Mas se aumentar muito, a gente vai ter de pagar umas parcelas”, acredita a aposentada Alzira Colucci.
Um modelo coreano, que hoje custa quase R$ 35 mil, deve ser vendido a R$ 45 mil. Nos carros de mil cilindradas, a alíquota passou de 7% para 37%; de 11% para 41% no caso de carros flex; para os movidos à gasolina, a alíquota, que é de 13%, sobe para 43%. Em agosto, quase 7% dos carros vendidos no país eram importados de fora do Mercosul e do México, os parceiros do Brasil em acordos automotivos.
“Eu tenho certeza absoluta que, infelizmente, mais uma vez quem vai pagar a conta de tudo isso é o consumidor. Quando você tira os importados da briga e da concorrência, acaba sobrando os nacionais das montadoras. Isso vai permitir que eles cobrem aquilo que eles quiserem de preço”, alerta José Luiz Gandini, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva).
“As montadoras não pretendem aumentar os carros nos próximos meses, porque não há o menor espaço nessa guerra de mercado existente”, afirmou Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O estoque dos carros importados deve acabar nos próximos 12 ou 15 dias, segundo cálculos da Abeiva. A associação espera vender nesse prazo todos os 20 mil carros importados que estão nas concessionárias à espera dos compradores. Essa foi a venda de todo o mês passado em todo o país.
As revendedoras dizem que vão segurar o preço até o fim do estoque, mas tem consumidor que já encontrou reajuste. “Eu já fui a duas concessionárias, que já estão aproveitando disso e dando um aumento antecipadamente”, comentou o advogado Roberto Cassiano Gasparian.
As montadoras de carros importados podem escapar da elevação do imposto. Para isso, precisam preencher requisitos de investimento em inovação tecnológica e fabricar carros que tenham, no mínimo, 65% de componentes nacionais ou adquiridos nos países do Mercosul

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/09/aumento-de-imposto-sobre-carro-importado-nao-intimida-consumidores.html

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