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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

'Queria viver', diz homem de 280 kg que pede ajuda para emagrecer


Jéferson Bertochi precisa reduzir 50 kg para passar por cirurgia.
Ele tem 43 anos, mora em Pirajuí e pesa o dobro de oito anos atrás.

Do G1 Bauru e Marília
Homem pesa 280 kg e precisa de ajuda para emagrecer  (Foto: Reprodução/TV TEM)Homem pesa 280 kg e precisa de ajuda para emagrecer (Foto: Reprodução/TV TEM)
Um morador de Pirajuí (SP) tenta, há sete anos, fazer uma cirurgia de estômago e se livrar da obesidade mórbida. Jéferson Ubaldo Bertochi, de 43 anos, pesa 280 quilos e precisa perder ao menos 50 para ser operado com segurança. O problema é que ele não consegue emagrecer em casa.
Segundo a família, que não tem condições de custear uma clínica especializada, a ansiedade e a falta de estrutura têm sido os principais entraves na vida do comerciante. Com o passar dos anos, andar ficou cada vez mais difícil para ele. “O corpo doi inteiro. Muito peso sobrecarregado no joelho e coluna. Queria viver porque está muito difícil”, disse.
Ele tem 1,79 metro de altura e o peso atual é quase o dobro do peso de oito anos atrás. A mulher dele, Elis Regina Mantovani, contou que por causa da obesidade, Jéferson desenvolveu alguns problemas de saúde e acabou “preso” dentro da própria casa.  “É difícil, porque ver o sofrimento dele todo dia e não poder ajudar mais. É muita ansiedade e não consegue fazer nada. Só dentro de casa, parado”.
Foto de Jéferson tirada no aniversário da filha há oito anos (Foto: Reprodução/TV TEM)Foto de Jéferson tirada no aniversário da filha há oito anos (Foto: Reprodução/TV TEM)
A situação dele preocupa também aqueles que moram próximos à família. A enfermeira Sirlene Marins disse que ajuda como pode. “Às vezes, ele precisa de uma injeção para aplicar. Então, ele pede porque as dores dele são intensas e a gente ajuda nessa parte”. Os pais afirmaram que já fizeram de tudo para conseguir a internação em uma clínica especializada em emagrecimento e que o tratamento é caro e a família não tem condições de pagar.
“Ele sozinho não consegue fazer essa dieta, mesmo por causa da ansiedade ele fica desesperado e desespera toda família”, Jéferson Ubaldo Bertochi, que tem o mesmo nome. A mãe também pede apoio para cuidar do filho. “Ele precisa de ajuda para cuidar dele”, desabafou a mãe, Vera Lúcia Bertochi.
Segundo o médico especialista em cirurgia bariátrica, a redução de estômago geralmente é indicada para pacientes que estão acima do peso e que tiveram complicações por causa da obesidade. “A indicação cirúrgica é normatizada pelo Conselho Federal de Medicina e o paciente precisa estar entre Índice de Massa Corporal de 35 a 40, associado a pelo menos a duas co-morbidades, como hipertensão e diabetes, ou ter o IMC acima de 40 kg por metro quadrado”, explicou Celso Roberto Passeri.
Para saber o Índice de Massa Corporal basta dividir o peso pelo resultado da altura multiplicada por ela mesma. No caso de Jéferson, o IMC passa de 87 e o coloca no grau mais alto de obesidade. Mesmo assim, ele contou que em um hospital de Botucatu, a orientação foi para que ele perdesse pelo menos 50 quilos antes do procedimento. “Passo por um médico em Botucatu. E ele pede para a segurança minha para perder 10, 15% do peso que estou”.
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O IMC de Jéferson passa de 87 e o coloca no grau mais alto de obesidade (Foto: Reprodução/TV TEM)O IMC de Jéferson passa de 87 e o coloca no grau mais alto de obesidade (Foto: Reprodução/TV TEM)
A cirurgia
Atualmente, existem vinte hospitais no estado de São Paulo que realizam a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Um deles é o Amaral Carvalho, que fica em Jaú. Em três anos, desde que foi implantado um atendimento específico para pacientes com sobrepeso, 200 procedimentos foram realizados.
Todos que passam pela cirurgia bariátrica continuam sendo acompanhados por médicos, nutricionistas e psicólogos. “Comecei a ter uma vida melhor após a cirurgia porque antes era uma vida de etapas. Passava bem, passava mal, vivia mais internada por causa da diabete. Hoje não toma mais nenhum remédio”, afirmou a dona de casa, Ana Cristina de Souza.
Para a diarista Edna Filipini, melhor do que a transformação física foi melhorar a qualidade de vida. “Falo que eu comecei uma nova vida depois da minha cirurgia”, completou.
Jeferson passa por médico no Hospital das Clínicas de Botucatu (Foto: Reprodução/TV TEM)Jéferson passa por médico no Hospital das Clínicas de Botucatu (Foto: Reprodução/TV TEM)
fonte: http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2014/02/queria-viver-diz-homem-de-280-kg-que-pede-ajuda-para-emagrecer.html

Polícia prende suspeito de empurrar mulher de plataforma do metrô em SP


Homem era procurado e foi detido em Extrema, em Minas Gerais.
Auxiliar administrativa perdeu o braço direito e segue internada em SP. 

Do G1 São Paulo
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A polícia prendeu o suspeito de jogar uma passageira nos trilhos da Estação Sé do Metrô, na terça-feira (25). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Bom Dia São Paulo. De acordo com a reportagem, o homem tinha um mandado de prisão contra ele e foi detido em Extrema, em Minas Gerais (MG). A auxiliar administrativa Maria da Conceição Oliveira perdeu o braço direito e segue internada na Santa Casa em São Paulo.
Policiais receberam uma denúncia anônima que indicou o endereço na Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo, onde moraria o agressor. Ao chegar ao imóvel, o irmão disse que o suspeito tem 33 anos e saiu de casa nesta quarta-feira (26) com R$ 50 dizendo “que havia feito uma bobagem”. Ao olhar as imagens das câmeras de segurança, o irmão teria confirmado a identidade do suspeito.
Foram localizados nove boletins de ocorrência em que o homem aparece como agressor em outras situações. Segundo as primeiras investigações, ele sofre de esquizofrenia.
A irmã da vítima, a autônoma Ana Lívia de Souza, de 28 anos, falou nesta quinta sobre o caso. "Só Deus sabe o tamanho da minha dor e da minha revolta", afirmou. A família da auxiliar administrativa visitou o hospital na manhã desta quinta-feira (27). Segundo Ana Lívia, a irmã passa bem e está confiante. "Ela disse que foi uma maldade muito grande. Disse que nasceu de novo", conta. Maria não viu a pessoa que a agrediu, mas se lembra de estar ao lado de um homem na plataforma.
Segundo a família, Maria completou 27 anos na terça-feira. Ela e a irmã já haviam comprado um vestido para comemorar a data. "A gente ia comemorar o aniversário mais tarde", afirma Ana Lívia.
Marido de Maria da Conceição, o músico Cleber Luís Ciqueira, de 44 anos, disse que os dois moravam juntos há 5 meses, mas namoravam há 5 anos.
Maria das Neves Oliveira, mãe de Maria da Conceição (Foto: Letícia Macedo)Maria das Neves Oliveira, mãe de Maria
da Conceição (Foto: Letícia Macedo)
A mãe de Maria da Conceição, Maria das Neves Oliveira, espera uma recuperação rápida da filha. "Ela só fala do braço e que está careca. Sei que vai ser difícil quando ela olhar no espelho e ver como ficou", disse. A mãe disse ter esperança de que o suspeito será preso. "Quero olhar no olho dele e perguntar: 'por que você fez isso?'". Para ela, Maria da Conceição ganhou uma nova vida. "Era o dia do aniversário dela e ela ganhou outra vida. É isto o que está me consolando", diz.
As imagens obtidas pela Polícia Civil mostram que um homem colocou o pé na frente e empurrou Maria da Conceição Oliveira, de 27 anos. “Ele saiu rindo”, disse o delegado da Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista, Osvaldo Nico Gonçalves, que apura o caso.
Maria foi jogada poucos instantes antes da passagem de um trem, que seguia sentido Itaquera. Ela perdeu um braço após ser atingida pelo trem. O incidente interrompeu a circulação na Linha 3-Vermelha por 15 minutos. Os trens que seguiam no sentido Corinthians-Itaquera voltaram a circular logo depois da mulher ter sido retirada da via. As plataformas ficaram lotadas.

fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/02/policia-prende-suspeito-de-empurrar-mulher-do-metro-em-sao-paulo.html

Barbosa critica absolvições e diz que nação tem de estar 'alerta'

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Segundo presidente do Supremo, STF tem 'maioria de circunstância'.
Por maioria, tribunal absolveu Dirceu e mais sete do crime de quadrilha.

Mariana Oliveira,Nathalia Passarinho e Rosanne D'AgostinoDo G1, em Brasília e em São Paulo
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O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa (Foto: Nelson Júnior / STF)O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa,
durante sessão na manhã desta quinta (Foto: Nelson
Júnior / STF)
O presidente do Supremo Tribunal Federal(STF), Joaquim Barbosa, criticou nesta quinta-feira (27) a posição da maioria do tribunal de reverter a decisão tomada pela Corte no julgamento principal, em 2012, e absolver do crime de formação de quadrilha oito condenados no processo do mensalão do PT.
A absolvição no delito não altera outras condenações, pelas quais os acusados já começaram a cumprir penas. O resultado do julgamento dos recursos reverteu as condenações por quadrilha devido aos votos de dois ministros que não participaram do julgamento em 2012, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso. Ambos criticaram as penas estabelecidas pelo Supremo e, por isso, votaram por absolvições.
Para Barbosa, que foi relator do caso do mensalão no julgamento principal, foi formada uma "maioria de circunstância" para inocentar os acusados, e a nação precisa ficar "alerta".
Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é apenas o primeiro passo. É uma maioria de circunstância que tem todo o tempo a seu favor para continuar sua sanha reformadora."
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal
"Temos uma maioria formada sob medida para lançar por terra o trabalho primoroso desta Corte no segundo semestre de 2012. Isso que acabamos de assistir. Inventou-se um recurso regimental totalmente à margem da lei com o objetivo específico de anular a reduzir a nada um trabalho que fora feito. Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que esse é apenas o primeiro passo. É uma maioria de circunstância que tem todo o tempo a seu favor para continuar sua sanha reformadora", afirmou Barbosa ao votar.
O presidente do Supremo afirmou ainda que argumentos usados pelos colegas foram "espantosos".
"Ouvi com bastante atenção argumentos tão espantosos quanto aqueles que se basearam apenas em cálculos aritméticos e em estatísticas totalmente divorciadas da prova dos autos, da gravidade dos crimes praticados e documentados."
O presidente do Supremo afirmou que a decisão de absolver os acusados é "triste" porque foi tomada com "argumentos pífios".
"Essa é uma tarde triste para este Supremo Tribunal Federal. Com argumentos pífios, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012”, disse.
Barbosa citou o papel de cada um dos oito acusados, entre ex-integrantes da cúpula do PT, ex-dirigentes do Banco Rural e o grupo de Marcos Valério.
"Como sustentar que isso não configura quadrilha? Crimes de corrupção ativa, passiva peculato, contra o sistema financeiro nacional, tudo provado, tudo documentado. [...] Ouvi até mesmo a seguinte alegação: eu não acredito que esses réus tenham se reunido para a prática de crimes. Há dúvidas de que eles se reuniram? De que eles se associaram e de que essa associação perdurou por pelo menos três anos? Ninguém ousou dizer que não existiu", rebateu Barbosa.
Para o ministro, o novo entendimento da corte sobre crime de quadrilha vai resultar apenas na punição de criminosos pobres, que normalmente cometem crimes de roubo e assassinato.
"Agora inventou-se um novo conceito para formação de quadrilha. Agora, só integram quadrilha segmentos sociais dotados de características socioantropológicas, aqueles que normalmente cometem crimes de sangue. Criou-se um determinismo social", destacou.

fonte: http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2014/02/barbosa-critica-absolvicoes-e-diz-que-nacao-tem-que-estar-alerta.html

Tribunal suspende provisoriamente trabalho externo de Delúbio


MP pediu apuração de suposto privilégio de ex-tesoureiro do PT na prisão.
Na quarta-feira (26), advogado de Delúbio Soares negou 'regalias'.

Mariana Oliveira e Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
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Delúbio Soares chega para o primeiro dia de trabalho (Foto: André Coelho / O Globo)O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (Foto: André
Coelho / O Globo)
A Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Distrito Federal decidiu nesta quinta-feira (27) suspender provisoriamente o benefício de trabalho externo ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Delúbio, que cumpre pena de 6 anos e 8 meses pelo crime de corrupção ativa, começou a trabalhar na Central Única dos Trabalhadores (CUT) há cerca de um mês.
A decisão de suspender o trabalho foi tomada após pedido feito pelo Ministério Público do Distrito Federal para que fossem adotadas providências em relação a denúncias de supostas "regalias" no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde Delúbio está preso por conta da condenação no processo do mensalão do PT. O MP também apontou supostos privilégios no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu está detido.
O juiz Bruno Ribeiro suspendeu todos os benefícios de Delúbio até que ele seja ouvido sobre as denúncias – foi agendada uma audiência para o dia 18 de março por videoconferência. Depois disso, o magistrado decidirá se mantém ou não a suspensão.
"A suspensão cautelar imediata dos benefícios externos deferidos por esta própria VEP ao interno Delúbio Soares, ao menos até a realização da audiência de advertência, a qual designo, desde já, para o dia 18 de março de 2014, por videoconferência", afirma a decisão.
O advogado de Delúbio, Arnaldo Malheiros, negou na quarta (26) que seu cliente tenha tido "regalias" no presídio.
"Não, não tem sido dado regalias. Tem essa história da feijoada, que é uma fantasia. De fato, os companheiros de cela dele compraram na cantina uma costela de porco em lata e misturaram com a xepa e chamaram de feijoada. Nem foram eles, o pessoal do mensalão. Foram os outros presos da mesma cela. Mas como é comum nas cadeias, é tudo coletivo. O que é de um é de todos. Não houve feijoada nenhuma nem tem a menor condição de fazer", disse Arnaldo Malheiros.
O magistrado também determinou, assim como pediu o Ministério Público, que o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, explique em 48 horas os supostos privilégios e responda se pode reverter o quadro.
O juiz Bruno Ribeiro informou que após receber as informações do governo do Distrito Federal decidirá sobre o pedido feito pelo MP de transferência para presídios federais.
"Decorrido o prazo estabelecido, certifique-se a chegada da informações. Em seguida, com ou sem resposta, voltem conclusos pela manifestação conclusiva sobre o pedido de transferência dos apenados pelo Ministério Público do DF", diz o juiz.

fonte: http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2014/02/tribunal-suspende-provisoriamente-trabalho-externo-de-delubio.html

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

STF define nesta quinta se absolve Dirceu e mais 7 do crime de quadrilha


Quatro votaram para inocentar condenados e um para manter condenação.
Faltam os votos de outros 6 ministros; tribunal julga embargos infringentes.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
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Supremo Tribunal Federal (STF) voltará a julgar nesta quinta-feira (27) recursos do processo do mensalão do PT e decidirá se absolve do crime de formação de quadrilha o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e mais sete condenados. Uma eventual absolvição nessa acusação não vai alterar as condenações pelos demais crimes, pelos quais os oito réus já começaram a cumprir as penas.
Nesta quarta (26), quatro ministros (Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia) votaram pela absolvição de Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino, do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, de ex-dirigentes do Banco Rural e do núcleo de Marcos Valério em relação ao crime de formação de quadrilha. Na primeira etapa da coleta dos votos, apenas o ministro Luiz Fux, relator dos recursos, defendeu manter as condenações.
Para concluir a análise dos chamados embargos infringentes, ainda faltam os votos de seis ministros. Dos magistrados que ainda não se posicionaram, quatro deles votaram no julgamento principal, em 2012, a favor das condenações dos réus pelo crime de quadrilha (Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Joaquim Barbosa) e um pela absolvição (Rosa Weber).
O único voto ainda esconhecido sobre essa acusação é o do ministro Teori Zavascki, que ingressou na corte após a conclusão da primeira etapa do julgamento do mensalão. Na sessão desta quinta, Zavascki será o primeiro a votar.
No ano passado, ao julgar os primeiros recursos do processo, os embargos de declaração, Teori defendeu que os mesmos oito condenados tivessem penas menores. Na ocasião, aqueles recursos não tinham alcance para converter condenações em absolvições.
Os recursos que serão analisados nesta quinta, por outro lado, podem reverter parte das condenações impostas pelo tribunal no processo do mensalão. Têm direito a esse tipo de recurso os réus que, no julgamento principal de 2012, receberam os votos de pelo menos quatro ministros pela absolvição. Todos os oito que têm recursos analisados foram condenados na quadrilha por seis votos a quatro.
Como poderiam ficar as penas se réus obtiverem absolvições após análise dos embargos infringentes no mensalão (Foto: Editoria de Arte / G1)
Primeiros votos
Primeiro ministro a votar na análise do embargos infringentes, nesta quarta, o ministro Luiz Fux defendeu a manutenção das condenações pelo crime de formação de quadrilha.
Na sequência, o ministro com menos tempo de corte, Luís Roberto Barroso, votou a favor delivrar os oito reús da condenação. Os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli acompanharam o voto de Barroso.
Ao se posicionar sobre os recursos, Barroso entendeu que as penas fixadas para os condenados foram elevadas. Na visão do ministro, se a punição ficasse no patamar correto, haveria prescrição do crime e os oito não poderiam mais ser punidos. Diante disso, o magistrado decidiu aceitar os recursos dos oito réus para eles ficarem livres da acusação de quadrilha.
O voto de Barroso irritou o presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, que foi o relator do processo do mensalão no julgamento principal. Para Barbosa, Barroso fez "discurso político" no plenário.
Nenhum dos oito condenados começou a cumprir as penas de quadrilha à espera do julgamento dos embargos infringentes. Se forem absolvidos, permanecerão na condição que se encontram. Se as condenações forem mantidas, Dirceu e Delúbio passarão do regime semiaberto para o fechado e perderão o direito de pleitear trabalho externo. Os outros seis não mudarão de regime, mas terão que cumprir pena maior.
Condenações podem mudar
A presença no tribunal dos ministros Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki – que não participaram do julgamento do mensalão em 2012 porque foram nomeados depois desta fase – pode vir a transformar condenações em absolvições nos casos em que os réus foram condenados por estreita margem de votos. Embora não estivessem no julgamento principal, eles estão participando agora das decisões em relação aos recursos dos réus.
Em 2012, com outra composição em plenário, o Supremo condenou os oito réus pelo crime de formação de quadrilha por seis votos a quatro. A maioria dos ministros entendeu que houve uma associação criminosa.
No ano passado, em outro processo, já com os votos de Zavascki e Barroso, o tribunal condenou o senador Ivo Cassol por fraude em licitação no governo de Rondônia, mas o absolveu da acusação de formação de quadrilha.
No caso de Cassol, com os votos dos quatro ministros que absolveram os condenados por formação de quadrilha no mensalão (Dias Toffoli, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski) mais os de Zavascki e Barroso, o plenário entendeu, por seis votos a cinco, que os acusados fraudaram licitações, mas não formaram uma quadrilha.
Agora, no julgamento dos recursos do mensalão, se Teori Zavascki votar como Barroso e os demais ministros mantiverem os votos anteriores, as condenações por formação de quadrilha serão revertidas.

fonte: http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2014/02/stf-define-nesta-quinta-se-absolve-dirceu-e-mais-7-do-crime-de-quadrilha.html