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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Chinesa JAC diz que IPI maior inviabiliza fábrica no Brasil


 
CIRILO JUNIOR
VENCESLAU BORLINA FILHO
DE SÃO PAULO

O presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, disse nesta sexta-feira que o decreto que aumentou o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para veículos importados inviabiliza a construção da fábrica da montadora chinesa no país.
O investimento previsto pela JAC nesta fábrica é de US$ 600 milhões.
"Do jeito que está hoje, fica inviável [a construção]", disse.
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Habib ponderou que pretende negociar com o governo e que, por ora, o projeto não está suspenso.
"Só começaremos a produção no início do ano que vem, e até lá, as coisas podem mudar. E acho que vão mudar."
O executivo ressaltou, no entanto, que só poderá começar o projeto se houver "segurança jurídica de que seu investimento é viável economicamente".

Antonio Scorza/France Presse
Veículo da chinesa JAC Motors em concessionária no Rio


Veículo da chinesa JAC Motors em concessionária no Rio

Ele garantiu que, por enquanto, a JAC tem estoque superior a 30 dias, e que até lá, a empresa não irá aumentar o preço dos carros. "Não vamos repassar isso integralmente. Por enquanto nossos preços continuam os mesmos."
Segundo ele, a JAC pretende cortar custos em propaganda e margem de lucro das concessionárias e do importador.
Mais cedo, a Abeiva (associação dos importadores de veículos) afirmou que a medida é lobby da indústria automotiva brasileira contra o crescimento do comércio de carros importados no país.
O presidente da entidade, José Luiz Gandini, disse que a concorrência com os importados impede que as montadoras elevem os preços do veículos no mercado interno.
De acordo com a Abeiva, o consumidor deverá sentir o impacto do aumento do imposto maior no preço dos carros importados em cerca de um mês.
O ministro Guido Mantega afirmou ontem que a mudança pode representar reajuste de 25% a 28% nos preços para carros que não atenderem às exigências.
PREÇO E PRAZOS
O decreto 7.567, que regulamenta o aumento do IPI para veículos importados ou que não atendam a novos requisitos de conteúdo nacional, foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União e começou a valer.
Entre as determinações exigidas pelo governo, está a utilização de 65% de componentes fabricadas no país nos carros, realização de investimentos em inovação, pesquisa de desenvolvimento tecnológico no país, correspondente a 0,5% da receita bruta total de vendas de bens e serviços.
As empresas também terão que atender, em 45 dias, pelo menos seis de 11 etapas de produção definidas pelo governo. Entre elas, fabricação de motores e montagem de chassis.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

Durante os 45 dias, todas as montadoras estão habilitadas provisoriamente ao novo regime automotivo e o imposto continua nos níveis atuais, mesmo para as importadoras.
O decreto também determina que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior será o responsável por fazer a habilitação definitiva dessas fábricas.
Caso seja constatado que elas não cumprem as exigências determinadas pelo governo elas terão de recolher posteriormente a diferença de IPI referente a esses 45 dias.
A associação também irá publicar, amanhã, uma carta aberta endereçada à presidente Dilma Rousseff afirmando que a medida é inconstitucional e que fere o bolso do consumidor brasileiro.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/976559-chinesa-jac-diz-que-ipi-maior-inviabiliza-fabrica-no-brasil.shtml

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