De acordo com o Ministério da Justiça, só no ano passado, 4 mil haitianos entraram no Brasil.
Só na passagem do ano, mais de 500 haitianos chegaram ao Brasil para fugir da miséria e buscam a oportunidade para mudar de vida.
Há mais de um ano, o Brasil se transformou no principal roteiro dos haitianos que fogem da destruição e da miséria agravada com o terremoto de outubro de 2010. Entram principalmente por Tabatinga, no Amazonas, e Brasileia, no Acre, região de fronteira com o Peru, Colômbia e Bolívia.
A maioria paga o equivalente a R$ 2.500 pela travessia. Os haitianos atravessam a fronteira e pegam um voo na República Dominicana até o Equador. Depois, seguem por estrada até as cidades de Iñapari, no Peru, e Assis Brasil, já no Acre.
"No Haiti, depois do terremoto, não existe trabalho. A pobreza aumentou. Viajei para o Brasil para tentar conseguir sustentar minha família”, afirma Jean, de 36 anos, operário da construção civil.
Às 12h, horário de servir o almoço para os haitianos, rapidamente se forma um tumulto em um local pequeno e precário. Muitos saem com cinco, seis ou oito “marmitex” para servir outras pessoas que estão na praça. Como é possível perceber, ainda falta muita gente para comer.
As hospedarias da cidade estão superlotadas. Sem espaço, muitos ficam no chão mesmo. A falta de estrutura e de higiene provoca doenças. Uma fila se forma para o atendimento médico. "A maioria chega com dores estomacais, gastrite, desidratação. Isso é por causa da alimentação inadequada e da viagem", explica Janildo Moraes Bezerra, gerente do posto de saúde.
Saint-Louis é mestre de obras. Chegou em novembro de 2011 e soube no Brasil que o filho de três anos tinha morrido no Haiti. "Não sei ao certo o motivo da morte do meu filho. Estou muito triste, mas não tenho como voltar agora. Preciso trabalhar. Tenho outros três filhos e minha esposa para cuidar", afirma.
O Governo Federal informou que vai repassar cerca de R$ 1 milhão ao estado do Acre para ajudar na assistência aos haitianos. Uma parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, deve garantir a distribuição de 14 toneladas de alimentos. Oito toneladas já foram entregues.
De acordo com o Ministério da Justiça, só no ano passado, 4 mil haitianos entraram no Brasil, e 1.600 já tiveram a situação regularizada, não sendo considerados refugiados. São tratados como residentes humanitários, o que significa que podem viver e trabalhar regularmente no Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário