Conheça a história impressionante de pai e filho que comandavam de dentro da prisão um esquema de tráfico de drogas no Rio de Janeiro.
Um caso impressionante: pai e filho comandavam de dentro da cadeia um esquema de tráfico de drogas. Os dois estavam presos em estados diferentes. Do lado de fora, eram os parentes quem cumpriam as ordens.
Ao mesmo tempo, em dois estados diferentes, policiais se dirigem para uma operação de rotina: prender traficantes de drogas. Mas repare: os endereços são de dois presídios, e as pessoas procuradas já vestem uniformes. Isso mesmo. Essa semana a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão de presidiários.
Em 2010, João Carlos Gonçalves foi preso com duas toneladas e meia de maconha. Ele foi levado para o Complexo Penitenciário Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte. De dentro do presídio, continuou a traficar drogas. Em uma gravação, um comparsa confirma uma nova compra de maconha. “Hoje eu fui lá na loja, conversei com a menina, pegamos o pedido, entendeu?”, disse.
O negócio criminoso era comandado em família. O braço direito de João Carlos era o filho dele. Carlos Alexandre também estava preso, mas no Paraná, na cadeia pública de Foz do Iguaçu. Nem os muros nem as grades impediram que ele continuasse a falar com o pai e a comandar a quadrilha de traficantes.
“Ah, pai, vou falar pro senhor: eu fiquei bem desanimado. Eu peguei um juiz muito ruim, um promotor muito ruim. Os caras já falaram aqui, que eu vou sentar lá e ele vai pedir 35 anos pra mim”, disse o filho.
Com pai e filho presos, entrou em cena Ivonete de Lima, a mulher de João e mãe de Carlos. Ela avisa ao marido, com uma mensagem cifrada, que um caminhão carregado de maconha foi apreendido.
“É, morreu, mesmo. Morreu o parente lá”, diz Ivonete. Ela se refere a um caminhão-tanque apreendido em Curitiba que transportava duas toneladas de maconha. A família planejava resgatar o filho Carlos. João chama os policiais de “bezerros”.
João: Avisa os caras que, quando eles ‘pegar’ os bezerros lá, quando for sair, pra deixar os bezerros amarrados, entendeu?
Ivonete: Entendi.
João: Deixar amarrado. Você entendeu?
Ivonete: Entendi.
João: Não é pra carnear nenhum dos bezerros, só se precisar.
Ivonete: Entendi.
João: Deixar amarrado. Você entendeu?
Ivonete: Entendi.
João: Não é pra carnear nenhum dos bezerros, só se precisar.
“Carnear os bezerros” seria matar os policiais. Monitorando as ligações, a polícia apreendeu o fuzil comprado para ser usado para a ação. “Sabendo que tinha um plano de arrebatamento de preso e de resgate de preso, tivemos de impedir esse plano e solicitar à Justiça que fizesse a realocação desse preso”, afirma o delegado da Polícia Federal no Paraná, Wagner Mesquita.
Carlos está agora no centro de detenção e ressocialização, onde recebeu o novo mandado de prisão. Dois nove presos, três estavam em presídios. Entre os integrantes que ainda estavam livres, foram presas a matriarca Ivonete e a mais nova integrante da família: Andressa Oliveira da Silva, namorada de Carlos, nora do chefão e acusada de passar informações e recados da quadrilha durante as visitas.
“É praticamente impossível que uma pessoal presa consiga manter sua atividade criminosa sem o auxílio de uma pessoa que esteja solta, normalmente os familiares”, declarou o superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jose Alberto Iegas.
Pai e filho podem ter um acréscimo na pena de trinta e um anos de prisão. O filho segue preso em Minas Gerais. Segundo a Secretaria de Segurança do estado, agora tem um monitoramento diferenciado.
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