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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Número de radares espalhados nas ruas do Distrito Federal impressiona


Brasília tem a maior proporção de radares eletrônicos por veículos do país. São 650, fora as lombadas eletrônicas e detectores de avanço de semáforo.

Nas grandes cidades brasileiras, eles estão por todo lado. A cada quilômetro que se roda, lá vem um radar, com ou sem aviso de que naquela pista tem controle de velocidade. Em algumas capitais, o número é impressionante. Brasília ganhou até um novo título: capital federal dos pardais. Brasília tem a maior proporção de radares eletrônicos por veículos do país. É claro que tem uma explicação para esse mundo de pardais: a cidade é um pouco diferente.
Um radar eletrônico a cada 500 metros – foi como o governo do Distrito Federal decidiu controlar o excesso de velocidade em uma via que corta Brasília de uma ponta à outra. Trata-se de uma pista de 16 quilômetros em linha reta e sem semáforos. Na capital federal, para onde se olha tem um pardal, como é chamado o radar localmente. São 650, fora as lombadas eletrônicas e detectores de avanço de semáforo.
“É assustadora a quantidade de radares”, diz um motorista. “A gente tem de dobrar a atenção”, comenta uma jovem. “É uma medida boa para tentar diminuir o número de acidentes”, acredita uma senhora.
Com uma frota de 1,3 milhão de veículos, Brasília tem a maior proporção de pardais do Brasil. É um radar para grupo de dois mil veículos. Bem diferente de Belo Horizonte, que tem uma frota parecida. A capital mineira tem um radar para cada grupo de 17.415 veículos. Em São Paulo, a proporção é de um para 6.597 veículos em circulação. No Rio de Janeiro, para cada radar são 6.857 veículos.
A cidade é bem diferente das outras capitais, argumenta o secretário de Transportes do Distrito Federal, José Walter Vasquez Filho. Ele diz que Brasília é cortada por rodovias distritais e federais e tem muitas avenidas longas, quase sem curvas, morros ou aglomerados de pessoas.
“Todas as vias do Distrito Federal são praticamente vias de velocidade média a alta. O pardal não tem a função meramente arrecadatória. Ele tem a função de tentar baixar a velocidade média da via”, afirma o secretário de Transportes do Distrito Federal, José Walter Vasquez Filho.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), responsável pela metade dos radares do Distrito Federal, arrecadou R$ 30 milhões em multas no ano passado só com os pardais. Nos próximos três meses, o DER vai instalar mais cem pardais em Brasília. Em uma estrada que acabou de ser restaurada, os radares foram instalados para compensar erros de projeto de engenharia e também a falta de sinalização.
Para o professor da Universidade de Brasília (UnB), Davi Duarte, doutor em segurança de trânsito, o grande número de radares em Brasília se justifica por causa do traçado da cidade, que favorece a velocidade.
“A gente efetivamente precisa de um número, digamos assim, excessivo de pardais para nossa própria segurança. Nenhum país do mundo reduziu o número de feridos e o número de mortos sem reduzir a velocidade, especialmente em áreas urbanas”, defende o professor Davi Duarte.
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) acabou com a exigência de placas, aquelas que indicam onde tem radar.
 

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