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sábado, 21 de janeiro de 2012

‘Tentei sair da linha de tiro’, diz pai de menino baleado no rosto em SP


Vinícius, de 6 anos, está internado em estado gravíssimo.
PM e ladrão trocaram tiros em estacionamento de agência em Guarulhos.

Marcelo MoraDo G1 SP
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Marcelo Borges exibe o aparelho celular com a foto do filho: 'Queria que tivesse acontecido comigo'. (Foto: Marcelo Mora/G1)Marcelo Borges exibe o aparelho celular com a foto do filho: 'Queria que tivesse acontecido comigo' (Foto: Marcelo Mora/G1)
O engenheiro civil Marcelo Santana Borges, de 33 anos, viu o próprio filho, Vinícius, de 6 anos, ser atingido por uma bala perdida durante um tiroteio após uma tentativa de assalto no estacionamento de uma agência bancária, localizada na Avenida 13 de Maio, na Vila Galvão, em Guarulhos, na tarde desta sexta-feira (20). Ele disse que ainda tentou sair da linha de tiro. Em vão.
Borges disse ao G1 que estava entrando com seu carro no estacionamento do banco quando percebeu o que estava para acontecer. “Eu vi pelo espelho retrovisor quando o assaltante entrou no estacionamento a pé, sacou a arma e foi em direção ao policial, que estava entrando no carro. O policial também percebeu e já sacou a arma”, contou o engenheiro civil.
Segundo ele, foram disparados ao menos seis tiros no estacionamento. Posteriormente, outros disparos foram efetuados já na avenida. O filho dele foi alvejado no primeiro tiroteio. “Assim que começaram os disparos, ele já abaixou a cabeça. Andei com o carro para frente e tentei sair da linha de tiro, mas foi tudo muito rápido. Quando tudo parou, virei e perguntei a ele se estava tudo bem, mas ele já estava todo ensanguentado”, disse.
Borges afirmou que o filho dele deve ter sido atingido por um tiro efetuado pelo policial militar, que estava de folga. “O ladrão estava de costas para o meu filho”, disse. Mesmo baleado, o policial ajudou a socorrer Vinicíus, que foi atingido no rosto. “A bala pegou na frente, arrancou todos os dentes da frente. A bala está alojada na cabeça dele. Ele estava lúcido, mas não conseguia falar”, afirmou Borges.
Inconformado, ele disse que preferia ter sido ele baleado em vez do filho. “Sei lá, era melhor que tivesse acontecido comigo, não com ele. A gente se sente impotente. É horrível, é horrível. Agora, só Deus”, declarou, não conseguindo conter as lágrimas.
No começo da noite, Vinícius foi submetido a uma cirurgia para avaliar a pressão intracraniana na cabeça no Pronto-Socorro do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo. Antes, ele já havia sido encaminhado ao Hospital São Luís Gonzaga, no Jaçanã, também na Zona Norte.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a bala entrou pela base do nariz e se alojou na lateral do cérebro. Os cirurgiões decidiram não retirar ainda a bala, pois ele encontra-se em um local delicado do órgão.
Segundo o pai, ele será transferido ainda na noite desta sexta-feira para o Hospital Santa Catarina, na região da Paulista. De acordo com os médicos, o estado do menino é gravíssimo, mas estável. No tiroteio, o policial e o criminoso também foram baleados.

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