Cientistas já trabalham com a possibilidade de, no futuro, desenvolver uma vacina contra a dengue a partir das folhas de alface.
A pesquisa foi feita com alface geneticamente modificada. Uma parceria entre pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Embrapa e Fiocruz desenvolveu uma técnica inédita no Brasil: parte do gene do vírus da dengue é injetada no DNA de um componente da alface. O resultado é um líquido reagente para ser usado nos testes que comprovam se o paciente tem ou não a doença. O método dispensa o sacrifício de camundongos, como acontece hoje.
“Tem de sacrificar muitos animais, e a qualidade fica variável. A gente pensa em substituir esse camundongo para a alface”, conta o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Tatsuya Nagata.
Outra vantagem de usar a alface é que ela cresce bem mais rapidamente que outras plantas. Em um mês e meio, já está pronta e pode ir para o kit que detecta a dengue.
“Essas plantas exigem basicamente um ambiente que tenha luz, adubo, solo e água. Com isso, nós conseguimos produzir uma quantidade de proteína grande que pode ser purificada e utilizada na fabricação de um kit”, destaca o pesquisador da Embrapa, Francisco Aragão.
Os pesquisadores estimam que o uso da alface deve baratear o custo dos exames de dengue e pode tornar o país autossuficiente. Hoje, boa parte dos kits de testes é importada. O Ministério da Saúde compra quase dez mil kits por ano, ao custo de US$ 300 cada um.
O diagnóstico pode ficar mais barato para o país, mas até lá o mais importante é evitar a dengue. Todo o cuidado por tudo que possa acumular água suja, como terrenos baldios e vasinhos embaixo das plantas, por exemplo.
O ano de 2011 terminou com mais de 1 milhão de casos suspeitos da doença em todo o país. Estão em estado de alerta 236 cidades do Brasil; e 48 municípios em situação de risco podem ter surto de dengue agora em 2012.
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