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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Construção civil adota soluções de emergência por falta de mão-de-obra


A falta de mão-de-obra de qualificada no país tem levado as construtoras a adotar soluções de emergência para manter os prazos de entrega.

Eles receberam permissão para entrar no país e agora começam a se espalhar pelos canteiros de obra Brasil afora. Trabalhadores vindos do Haiti têm ajudado a preencher as muitas vagas criadas pela construção civil. Mesmo assim, ainda está faltando gente.
O maior problema das empresas hoje está nas portas das obras: a placa de “Precisa-se”. “Não estamos tendo mais pessoas disponíveis, porque a taxa de desemprego está muito baixa. Você não consegue nem substituir com a alta rotatividade”, afirma o economista Márcio Salvato.
Em Cuiabá (MT), a solução foi empregar haitianos que têm permissão para trabalhar no Brasil. No Haiti Clércius Monestine era professor de francês e aqui vai aprender no canteiro de obras. “Agora eu trabalho como ajudante da construção”, afirma o ajudante de pedreiro Clércius Monestine.
Isaac Relh quer trazer a família do Haiti. O mestre de obras conta que milhares de pessoas deixaram o país por causa da crise econômica provocada pelo terremoto, há dois anos. “Há muita dificuldade de estudar, de trabalhar, de tudo”, cita.
Na maioria das empresas, experiência já não é exigida. Para cumprir os prazos de entrega das obras, uma construtora, por exemplo, encontrou uma maneira mais rápida de qualificar os novos profissionais. Os mais velhos apadrinham os recém-chegados e ensinam a profissão.
“Se ele for bem qualificado, melhora o salário. Por outro lado, o padrinho também recebe uma premiação”, diz a gerente de recursos humanos Gláucia Teixeira.
Seu Nascimento é o professor de Jocélio. O jovem de 19 anos começou como servente de pedreiro no ano passado e agora já é lustrador. “A gente vai aprendendo, o salário aumenta e vai ficando melhor”, comemora Jocélio.
Luciano Alves de Oliveira também já teve um padrinho e hoje é almoxarife. No local de trabalho, ele percebe que está faltando gente. “Tínhamos quatro. Hoje só tem eu e mais um. E a obra continua, é cada vez mais rápido o processo. É muito estressante, às vezes. Tem de correr atrás para ver se batiza um urgente”, brinca o almoxarife.

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