Capitão explica o que o comandante do Costa Concordia deveria ter feito.
Navio transportava 4.200 passageiros, e 13 pessoas morreram.
Um dos simuladores mais modernos da Europa, que ensina candidatos a comandar grandes embarcações, ajuda a tentar entender o que aconteceu no Costa Concordia, que encalhou e afundou perto da ilha Giglio, na Toscana. O navio transportava 4.200 passageiros e 13 pessoas morreram.
Sven Dreessen, capitão e diretor da escola, diz que na hora do impacto o capitão não sabia o que tinha acontecido, o tamanho dos danos, quanta água estava entrando a bordo e quantos compartimentos foram afetados. “Ele precisa logo falar com outras pessoas da tripulação para ter a noção exata do problema”, explica.
Ainda sem as informações precisas, ele deve acionar o alarme para que os tripulantes possam se dirigir aos seus postos caso seja necessário abandonar o navio, afirma o diretor da escola. “Tudo isso não deve demorar mais do que cinco ou dez minutos”, conta.
Conduzindo uma simulação, o capitão Dreessen diz que, quando o barco está muito próximo da ilha, não se usa o piloto automático. Segundo ele, o leme e o volante podem ajudar o capitão na hora de um acidente. Além disso, telas de um radar e de uma carta náutica (um mapa) mostram se ele atingiu outra embarcação ou se foi uma pedra submersa.
Dreessen conta que um rombo de mais 50 metros permite que a água entre em velocidades de até 10 mil litros cúbidos por segundo e, a cada minuto, a situação fica cada vez pior. O navio atesta a gravidade da situação ao ficar sem luz.
Um casal paulista estava com o filho de 11 anos na embarcação relata o que passou durante a colisão. A família estava jantando e diz que “foi como se o capitão tivesse passando numa lombada e depois deu uma parada brusca”. Depois disso, pratos, copos e garrafas foram ao chão.
O garoto lembra que sentiu o movimento do navio no caminho até o banheiro. “Eu sai correndo, tropecei no meu próprio tênis e cai no chão. Quando eu cheguei na mesa, tudo virou. Pensei que era um tsumani”, diz o menino.
De dentro da embarcação, os passageiros ouviam mensagens de que se tratava apenas de um problema elétrico, que estava sendo resolvido. Mas o navio começou a se inclinar e o medo tomou conta do navio.
O capitão Dreessen explica que, com a sala de máquinas já alagada, o capitão só tinha mais um recurso: soltar uma das âncoras e forçar uma parada.
Quase 70 minutos depois da colisão, finalmente o alarme para abandonar o navio soava.
Reunidos
No momento difícil de deixar o navio, uma família de Fortaleza não estava reunida. As 15 pessoas jantavam juntas em uma mesa, mais uma filha estava em outro restaurante com seu namorado.
No momento difícil de deixar o navio, uma família de Fortaleza não estava reunida. As 15 pessoas jantavam juntas em uma mesa, mais uma filha estava em outro restaurante com seu namorado.
“Passei duas situações bem traumáticas. A primeira de tomar a decisão com meu marido de se iríamos procurar a Nathália e o Élcio. Essa decisão foi muito difícil para a gente tomar”, conta a empresária Maria Cláudia Bezerra. “Pegamos o bote sem os dois. Na hora que o bote saiu, veio o desespero.”
Enquanto os pais e os outros familiares desciam nos botes, Nathália e seu namorado se estavam perdidos nos corredores do navio. “Acabei me separando do Élcio e comecei a andar sozinha, gritando por ele”, lembra a jovem. Os dois só se reencontraram no bote.
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