O motivo da alta dos produtos que levam trigo, segundo a Fecomércio, é a instabilidade do clima. A previsão é de que o preço da carne vai piorar.
O consumidor está sentindo no bolso. Os alimentos estão mais caros. Em média, os preços subiram quase 6% no ano passado. Do couvert ao cafezinho, nada escapou. Os aumentos do pãozinho, por exemplo, já estão no segundo aniversário. Infelizmente ainda vem mais aumento por aí.
Aumentos de 0,9% ou 2,3% parecem pouco, mas na hora de pagar a conta é que o reajuste aparece. “Subiu tudo. Meia dúzia de saquinhos deu R$ 85”, comenta o aposentado Nilson Faria.
Não é impressão. Os preços dos alimentos subiram mesmo. A Federação do Comércio deSão Paulo fez um levantamento e descobriu que os preços dos produtos de supermercados fecharam o ano passado em alta de 5,54% na comparação com 2010.
O café e o chá têm quase 20% de aumento. O valor dos legumes também disparou. “O mercado está um absurdo. Está tudo muito caro”, reclama uma senhora. Nessa lista negra também está o leite. “Antes era tão baratinho o leite, mas agora não. Agora a gente não tem nem condição de comprar o leite mesmo suficiente, o tanto que deve”, conta a doméstica Martinha Pereira de Matos.
A conta da padaria também está mais cara. O pãozinho, os bolos e os doces não têm redução de preço há mais de dois anos. Em 2011, os alimentos derivados do trigo tiveram alta de 7,49%. “Está muito caro. O pessoal, a criançada, come muito pão e precisa baixar. Pão é uma coisa sagrada”, diz uma senhora.
O motivo da alta dos produtos que levam trigo, segundo a Fecomércio, é a instabilidade do clima.
“A lavoura de trigo, que está sendo plantada agora na Argentina, já tem alguma sinalização de que vai ter alguma perda. Então, a gente provavelmente também deve ter uma continuidade nesse cenário de alta no preço do trigo e consequentemente dos panificados”, explica Júlia Ximenes, economista da Fecomércio-SP.
E o preço da carne? “A carne aumentou muito esse ano”, diz um senhor. A previsão é de que vai piorar. Já que não dá para tirar da mesa alimentos tão importantes, o jeito é pesquisar. “A gente tira, balanceia do outro, às vezes a gente compra até em outro lugar também. Infelizmente, assim a gente vai levando”, conta o zelador Sílvio Vieira dos Santos.
Ir de carro ao supermercado também ficou mais caro. Os combustíveis aumentaram quase 8%. Quem sabe não é um motivo para adotar uma bicicleta com cestinho.
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