Delegado-geral vai encaminhar ofício sobre o caso para a Justiça.
Michel Silveira foi preso com base apenas em depoimento de vítima.
A Polícia Civil de São Paulo vê falhas na investigação que levou à prisão do agente de saúde Michel Silveira, de 26 anos. A Delegacia Geral vai encaminhar um ofício com novas informações sobre o caso para a Justiça.
Silveira foi preso após a vítima de um assalto ocorrido em Perus apontá-lo como o autor do crime. Imagens da câmera de segurança do posto médico onde ele trabalha, porém, mostram que o jovem estava trabalhando no dia do roubo.
O delegado-geral Marcos Carneiro afirmou que vai encaminhar um ofício com as novas informações sobre a vítima do roubo para a delegacia que cuidou do caso e também para a Justiça. Ele disse acreditar que a polícia deveria ter continuado a apurar o crime. Inclusive com o levantamento de informações sobre a vítima do assalto.
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O advogado criminalista e conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Roberto Delmanto Júnior aponta uma sucessão de falhas na investigação policial. “É um absurdo este caso ter chegado a este ponto baseado num único reconhecimento falho, nove dias depois dos fatos. As pessoas se enganam”, disse Delmanto Júnior.
O criminalista também vê falha na maneira como a prisão de Michel ocorreu. O agente de saúde foi abordado por policiais na rua e levado para a delegacia -mesmo sem a existência de flagrante. Na madrugada de 29 de outubro, a Justiça determinou a prisão temporária do jovem. Mas a lei diz que, para isso, é preciso haver um inquérito policial, que só foi instaurado dois dias depois.
“É uma sucessão de erros drásticos, gritantes que não podem ser admitidos. Levar uma pessoa presa, sem flagrante, sem existência de inquérito, sem prisão temporária”, disse o criminalista.
Apesar de concordar que houve falhas na investigação, o delegado-geral disse que não ocorreram irregularidades na prisão de Michel e que o inquérito policial é apenas uma formalização da investigação.
Em uma carta escrita na prisão, Michel diz que "a mentira persiste enquanto a verdade não aparece". Sua família espera que o drama termine o mais rápido possível. “Eu espero que se faça Justiça, porque ele não merece estar lá. Ele é um bom filho”, disse a mãe do preso, Eliane Silveira Souza.
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