Foram ouvidos Procons de 23 estados e do Distrito Federal. A queixa número um: a garantia. Na hora da troca, a garantia não funciona.
Pela primeira vez, o Ministério da Justiça fez um levantamento para saber quais são as principais reclamações do consumidor. Foram ouvidos os Procons de 23 estados e do Distrito Federal. A queixa número um foi uma surpresa: a garantia. Na hora da troca, a garantia não funciona.
Ao fazer uma compra os vendedores sempre aconselham estender, ampliar a garantia dada pelo fabricante, mas sempre aparece um problema quando consumidor realmente precisa da garantia. O resultado da pesquisa do Ministério da Justiça é um mundo de reclamações. Consumidores com problemas para trocar ou receber o dinheiro de volta, mesmo quando o produto é novo e está na garantia.
Na hora de comprar é fácil. Mas e se o produto não funcionar direito? “Trocar é complicado, mesmo porque, você já está com produto e a loja não quer devolver o seu dinheiro”, conta uma consumidora.
Em um ano, quase 80 mil pessoas reclamaram de aparelhos celulares com defeito. “Eu perdi horas no telefone hoje e você não consegue falar com a operadora”, lembra outro consumidor.
Mesmo quando o produto é novo. O Ministério da Justiça diz que problemas com garantia lideram os atendimentos nos Procons de todo o país. “A garantia não funcionou, tanto que o fabricante me devolveu o recurso, mas foi depois de 60 dias penosos”, afirma o funcionário público Marcos West.
No total, foram quase 115 mil reclamações de quem comprou celulares, eletrodomésticos, produtos de informática, aparelhos de televisão e DVD. São queixas de consumidores que procuraram lojas, fabricantes, mas não conseguiram resolver o problema porque as empresas se recusaram a negociar ou por falhas no serviço de assistência técnica.
Com o servidor público Marcelo Moraes foi assim: dois televisores com defeito passaram mais de um mês no conserto e nada. “Você que tem que ficar ligando pra saber como está o processo, se estão resolvendo, se alguém está te atendendo”, explica.
Mais de 100 mil clientes se sentiram prejudicados com atrasos na entrega de produtos. São, principalmente, lojas virtuais que cobram, mas não entregam ou descumprem o prazo.
“Eu pedi pela internet, compra virtual, pelo site da internet e não chegou até hoje, tem três, quatro meses”, reclama um consumidor.
O conselho do Procon: acordo verbal não adianta. Nos negócios virtuais, tem que ser tudo por escrito. A descrição do produto, condições de pagamento, prazo de entrega e preço. “Ele tem que ter material que comprove aquela relação de consumo”, afirma o diretor do Procon do Distrito Federal, Oswaldo de morais.
Para o Ministério da Justiça, quando o consumidor vai atrás dos direitos, as empresas são forçadas a melhorar o atendimento depois da venda.
“É importante que o mercado se conscientize que atender bem o consumidor é também parte do negócio deles. É importante que o serviço de assistência e de pós-venda seja uma questão muito mais tranquila e que o consumidor não dependa do estado para resolver seus problemas”, completa a diretora do Departamento de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, Juliana Pereira.
Outra reclamação são as dificuldades para cancelar compras, principalmente as virtuais. O Ministério da Justiça lembra que os consumidores podem se arrepender de uma compra até sete dias depois de fechar o negócio.
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