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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Polícia Federal questiona retirada de óleo da Bacia de Campos (RJ)

 

Hoje é o 15º dia de vazamento de petróleo na Bacia de Campos. A Polícia Federal quer saber: como a Chevron está trabalhando?



Ainda está mal explicada a história do vazamento de petróleo na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A Chevron, empresa americana responsável pelo poço, disse na semana passada que o vazamento era só residual – ou seja, era só um restinho, um pouquinho de óleo. No domingo (20), a Agência Nacional de Petróleo (ANP) disse que não é. Continua vazando óleo há 14 dias. A Polícia Federal também se pronunciou.
O delegado da Polícia Federal, Fábio Scliar, que investiga o caso, foi incisivo: “A empresa não tinha a expertise necessária para lidar com esse tipo de crise. Minha equipe a bordo da plataforma indagou os engenheiros que lá estavam e obteve essa resposta: ‘Nós não sabemos lidar com esse problema’”.
Fábio Scliar também questiona se a empresa realmente está retirando o óleo do mar. “O que se viu foi um navio jogando água pra lá e pra cá etc. Se está retirando o óleo, tem que botar em algum lugar. O que me pergunto, dentro do feeling policial, é o seguinte: bom, tudo bem, você está retirando o óleo. Onde é que você está colocando esse óleo? Me mostra”, acrescentou o delegado da Polícia Federal.
No domingo (20), a Chevron informou que desde o dia 10 de novembro, dois dias após o acidente, vem usando barreiras para conter a mancha e embarcações para retirar o óleo e que 340 pessoas estão envolvidas nesse trabalho.
“É uma mistura de água oleosa. Recolhemos 385 metros cúbicos. A destinação é através de empresas que têm licença para fazer a destinação ecologicamente correta”, afirmou Flávio Monteiro, gerente de meio-ambiente da Chevron.
A região está sendo monitorada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com um robô submarino equipado com uma câmera. Pelas imagens feitas no sábado (19), a ANP afirmou, em nota, que o vazamento não parou em alguns pontos. Na semana passada, o presidente da Chevron tinha garantido que o poço havia sido fechado com cimento e que o óleo que ainda saía era apenas residual.
A assessoria da Chevron voltou a informar que os estudos demonstram que o óleo é residual. O óleo que manchou o mar na Bacia de Campos saiu por uma fissura de 300 metros de extensão a 1,2 mil metros de profundidade.
A Chevron foi avisada do acidente pela Petrobras, que explora um poço vizinho. A Petrobras emprestou um robô para que a Chevron conseguisse identificar de onde vinha o vazamento.
O poço só foi fechado uma semana depois, e até agora a empresa não soube informar a quantidade de óleo que vazou. A ANP estima que o volume derramado tenha sido de 200 a 330 barris por dia – algo em torno de 2,3 mil barris.
O acidente acendeu um sinal de alerta. O Brasil ainda não tem um plano nacional de contingência de derramamento de óleo, um planejamento de como o governo, a Agência Nacional do Petróleo e as empresas devem agir em casos como esse.
“O país hoje tem uma preparação que é tímida para estes acidentes. Nós temos de ter ações efetivas, porque vazamentos vão acontecer. Eles acontecem na indústria do petróleo, mas nós vamos ter de ter o ferramental necessário para combater”, alerta Segen Estefen, professor da Coppe-UFRJ.
Em entrevista a agências internacionais, o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, disse no domingo (20) que a companhia assume total responsabilidade pelo vazamento.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/11/policia-federal-questiona-retirada-de-oleo-da-bacia-de-campos-rj.html

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