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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

'Pensei: se não fizer nada, vou morrer aqui ', diz jovem baleado em assalto

 

Julio Sommerhauzer, de 21 anos, falou com exclusividade ao Fantástico.
Ele levou um tiro ao reagir e segue internado em hospital.

Do G1 SP, com informações do Fantástico

“Ele recarregou a arma e saiu correndo e me deu um tiro. Esse último tiro que ele deu pegou.” O relato é do estudante Julio Sommerhauzer, de 21 anos, que foi baleado em São Paulo, após uma tentativa de assalto, em depoimento exclusivo à reportagem do Fantástico. O crime aconteceu por volta das 22h de quarta-feira (23).
Esse foi o desfecho de um confronto gravado por câmeras de segurança. Às 22h da quarta, Julio Sommerhauzer estacionou o carro em uma rua dos Jardins, região nobre de São Paulo. Um homem, então, rapidamente se aproximou, anunciando o assalto.
“Quando abri a porta do carro, já veio um sujeito já, de boné, tudo assim, com uma arma gigante na mão, prateada, já pedindo... Falou que eu perdi. ‘Perdeu, desce do carro, perdeu playboy’."
Segundo julio, o assaltante faz dois disparos de advertência: um para o chão, outro para o alto. o estudante, finalmente, saiu do veículo. Mas, em vez de se render, ele reagiu.  Praticante de jiu-jitsu (luta de arte marcial), Julio decidiu usar a habilidade para se defender. “Mirou em mim e nessa hora eu pensei: se não fizer nada, vou acabar morrendo aqui mesmo, minha vida vai ter sido em vão”, disse.
A briga foi rápida. Eles trocaram socos, chutes, até que o assaltante atirou duas vezes. Julio ainda tentou revidar, mas logo caiu, ferido. E gritou por socorro. O assaltante fugiu, como mostrou a imagem de uma outra câmera de segurança da mesma rua.
Julio tinha ido visitar um amigo em um prédio nos Jardins. Lá de dentro do apartamento, o amigo ouviu os tiros e os pedidos de ajuda. Não teve dúvida: era a voz de Julio. O amigo, que não quis dar entrevista, foi até o local do assalto. Quando chegou, funcionários de uma farmácia próxima prestavam os primeiros socorros.
Dos dois disparos que o assaltante fez contra Julio, só um acertou o alvo. O tiro atingiu o diafragma e o estômago. O estudante passou por cirurgia, mas a bala ainda está alojada perto de uma vértebra na região lombar. A família, que é do interior de São Paulo, veio para a capital acompanhar o tratamento.
Fantástico: “O que o senhor achou de ele ter enfrentado o bandido?”
José Júlio, pai do estudante: “Eu sempre falo que é para deixar levar, porque o carro tem seguro, então leva o carro embora. Nós ficamos apavorados, né?”
“Diante de uma situação de ameaça, a primeira coisa que passa, que nem passa na nossa cabeça, que é automática, é uma reação de fuga ou luta. É uma reação de ou sair correndo sem olhar e nem olhar pra trás. Ou uma reação de enfrentamento. É por isso que muitas vezes a pessoa, mesmo sabendo que não se deve reagir, ela no momento ali, essa reação automática toma conta dela e ela acaba às vezes cometendo uma bobagem”, explicou Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Hospital das Clínicas.
Em situações como o assalto vivido por Julio, o consultor de segurança Diógenes Lucca alerta: reagir é sempre a pior atitude. “O bandido entende isso de uma forma muito inadequada. Na cabeça do criminosos, aquele bem já é dele. Felizmente, nesta situação, ele está vivo, está fora de perigo, mas foi um milagre”, disse. A polícia ainda investiga o caso para encontrar o assaltante.

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