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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Metade dos brasileiros vive com R$ 375 por mês, aponta Censo 2010

 

O Censo 2010, divulgado pelo IBGE, mostra que ainda é muito grande o abismo da desigualdade social. Houve avanços, mas com contradições.



Há violência e ainda muita desigualdade. Apesar dos avanços, das mudanças no perfil das famílias, o Censo 2010, divulgado pelo IBGE, revela desafios que o Brasil vai ter de enfrentar nos próximos anos.
A concentração de renda ainda é muito grande. A renda dos 10% mais ricos do país é 39 vezes maior do que a dos 10% mais pobres. Os números do IBGE também revelam grandes mudanças no perfil das famílias brasileiras. Houve avanços, mas ainda há muita coisa para melhorar.
O país ainda tem muita gente que não sabe ler ou escrever. São 14 milhões de pessoas. O bom sinal é o analfabetismo vem diminuindo. A pesquisa do IBGE mostra que, para quem tem mais de 15 anos, a queda foi de 13% para quase 10%. Entre as crianças de 10 anos, a redução foi de 11% para 6,5%.
“É uma população fácil do ponto de vista pedagógico de transformar em pessoas alfabetizadas, ao contrário dos mais idosos, que tem exigências maiores”, aponta a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.
Água potável já chega a 91% dos domicílios das áreas urbanas do país, mas um terço das residências não tem rede de coleta de esgoto. O IBGE fez também um levantamento inédito sobre os brasileiros que foram morar fora do país – pelo menos, 500 mil, a maioria mulheres entre 20 e 24 anos. Os Estados Unidos são o destino preferencial e depois Portugal, mas há brasileiros morando em 193 países.
Entre as famílias, nesses últimos dez anos diminuíram os casamentos oficiais e aumentaram as uniões estáveis. A taxa de fecundidade nunca esteve tão baixa: menos de dois filhos por mulher.
O IBGE mostrou que a distribuição de renda no país melhorou de 2000 para 2010, mas ainda produz uma grande desigualdade social. Metade da população brasileira vive com muita dificuldade: com apenas R$ 375 por mês.
Vânia mora em São Luís, no Maranhão, e sustenta dois filhos com os R$ 134 que recebe do Bolsa Família. “Isso aí, graças a Deus, dá para me ajudar. Pouco ou muito, mas está dando para ajudar”, conta.
Para se ter uma ideia do nível de desigualdade revelado pelo Censo 2010, a faixa mais rica dos brasileiros tem renda inicial em R$ 15,3 mil. Eles representam apenas 0,16% da população. Um beneficiário do Bolsa Família como Vânia, que ganha R$ 130, teria de acumular o beneficio durante nove anos e meio para conquistar o que a faixa mais rica ganha em um mês.
No Brasil, os cidadãos classificados pelo IBGE como indígenas recebem em média R$ 345,91 por mês; os pardos, R$ 496,04; os de cor preta, R$ 539,96; os de cor amarela, R$ 994,22; e os de cor branca, R$ 1.020 por mês.
A pesquisa revela ainda que, apesar da ascensão das mulheres no mercado de trabalho, elas continuam ganhando menos que os homens. Enquanto o rendimento médio delas é de R$ 559,85, o dos homens chega a R$ 963,65.
“Acredito que o Brasil hoje é um país menos desigual. Nos últimos dez anos, reduziu-se o quadro de desigualdades tanto na questão dos rendimentos quanto na questão étnica. No entanto, ainda há muito por se fazer, porque o quadro ainda é de profunda desigualdade”, alerta Jefferson Mariano, analista econômico do IBGE.
A pesquisa também constatou que a figura do chefe de família já não é tão presente. Em um de cada três domicílios, a responsabilidade pela renda não é mais de uma única pessoa

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/11/metade-dos-brasileiros-vive-com-r-375-por-mes-aponta-censo-2010.html

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