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sexta-feira, 16 de março de 2012

Turistas têm dificuldades para se locomover de ônibus em São Paulo


O Bom Dia Brasil fez um teste nas linhas da cidade e o resultado não foi nada animador. Faltam placas, fiscais e balcões de informação.

Nos próximos anos, o Brasil vai receber uma série de eventos. Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas. Lentamente, as cidades estão se preparando para acolher os visitantes. E um dos principais desafios é a mobilidade.
Fizemos um teste nas linhas de ônibus deSão Paulo. Como um recém-chegado faz pra encontrar ruas e pontos turísticos? O resultado não foi muito animador.
Basta dizer que nosso repórter não conseguiu chegar ao destino. São Paulo tem quase 15 mil veículos em circulação e até quem vive na cidade, se perde. Faltam placas, fiscais e balcões de informação.
Imagine, então, um visitante estrangeiro durante a Copa do Mundo. Ele vai enfrentar as mesmas dificuldades dos repórteres Renato Biazzi e David Faria. Acompanhe!
Nós vamos fazer um teste para saber o grau de dificuldade que um turista vai encontrar para se locomover de ônibus em São Paulo. Estamos na Avenida Santo Amaro, uma importante avenida da Zona Sul e vamos chegar no ponto de ônibus para tentar descobrir como chegar a um ponto turístico bem conhecido.
O roteiro tem em média 12 quilômetros, saindo da Zona Sul até chegar ao Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu, que fica na Zona Oeste.
Vamos pedir ajuda para os passageiros. Perguntamos a uma senhora se ela sabe como fazemos para chegar de ônibus até o destino. “Não faço ideia”, diz ela.
“Para Pacaembu? Você teria que pegar um ônibus e fazer a integração. Não tenho certeza. Nunca fui para lá. Mas acredito que sim”, indica o vigilante Ivair Soares.
A farmacêutica Vanessa Tavares diz que quem não conhece São Paulo tem dificuldades para se locomover bem de ônibus. “Não tem muitas placas. Não tem muita informação. Tem que sair perguntando”, avalia.
Um ponto de ônibus só mostra os horários dos ônibus e os nomes das linhas. Detalhes do itinerário, só em plaquinhas.
As principais avenidas por onde passa o ônibus estão descritas em pequenas placas nos próprios veículos. Mas precisa ler muito rápido, porque, na maioria das vezes, ele vai embora. Sinal verde.
Perguntamos a motoristas qual ônibus pegar para ir ao Pacaembu.
“Aqui, eu não sei te informar”, disse um motorista.
“Daqui de Santo Amaro não tem. Você tem que descer até a Roque Petroni. Lá você tem que pegar outro ônibus para seguir até o shopping. É que o certo mesmo é na Bandeira. Pegar o 6291”, informou outro.
“Rapaz, aqui, o mais próximo é o Princesa Isabel, que passa lá mais próximo”, sugeriu outro motorista.
Escolhemos a indicação do último motorista. Tentamos nos certificar para saber se estamos fazendo o caminho correto. “Você precisa descer na esquina da Consolação com a Paulista”, informou o trocador.
Caroline Pereira diz que quando vai de ônibus a um lugar que não conhece, ela pesquisa mapas na internet.
“Lá tem mais indicações. Porque assim, o pessoal não sabe. Às vezes o cobrador não sabe, o motorista não sabe e você fica perdido”, comenta ela.
Descemos no final da Avenida Paulista congestionada.
Uma hora e dez minutos de viagem e ela não terminou ainda. Precisamos saber como é que vamos chegar ao museu, que fica na direção do estádio do Pacaembu. E ainda tem a chuva para atrapalhar.
É preciso mudar de ponto e de avenida. Para entrar na mesma cilada. Cada um fala uma coisa. Perguntamos se conseguimos pegar um ônibus para o Pacaembu no local.
“Olha, rapaz, para ser bem sincero, eu não sei te dizer”, admitiu um pedestre.
“Tem como. Parece que é o Rebouças, que passa lá perto. Ou o João 23”, disse um motorista.
“Complicado. Porque, mesmo que esteja do lado do estádio, não é fácil você conseguir pegar o ônibus. Para você pegar, tem que atravessar aqui, ir até o ponto e se informar”, afirmou a atendente Rosângela Carvalho.
Diante de tanta desinformação, se o visitante tiver algum dinheiro a mais no bolso, é bem capaz de desistir do ônibus e tomar um táxi, que é o que não falta em São Paulo. Com eles, a chance de se perder no caminho é bem menor.
É complicado, principalmente para os europeus, que estão acostumados, muito mais que a gente, a usar o transporte público. Mesmo as pessoas de classe média e classe média alta.
A SPTrans, que administra o sistema de ônibus na cidade, informou que em sua página na internet tem uma ferramenta que permite traçar um roteiro e saber que ônibus pegar.
Também há uma central telefônica, mas que só atende em português. Turistas estrangeiros não vão conseguir usar.
 

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