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quinta-feira, 8 de março de 2012

Mercado de petróleo e gás precisa de mão de obra


O setor, que cresceu 3,2% em 2011, é muito promissor e pode absorver toda a mão de obra que se formar para ele.

A economia brasileira pisou no freio no ano passado. Depois de um forte crescimento de 7,5% em 2010, o PIB do ano de 2011 ficou em 2,7%. Um setor foi exceção: petróleo e gás - cresceu duas vezes mais que o total da indústria no ano passado. Um mercado com muito trabalho a fazer, mas onde falta mão de obra.
As profundezas da Bacia de Santos guardam um tesouro. E a indústria de petróleo e gás do Brasil e do mundo reuniu esforços para chegar até ele.
É com os olhos e a atenção focados na exploração do pré-sal que 19 empresas nacionais e estrangeiras, algumas das maiores do setor petrolífero, vão fazendo da área de 350 mil metros quadrados, na Ilha do Fundão, no Rio, um centro de excelência em pesquisa e projetos de petróleo em águas profundas.
Essa exploração é cercada de números astronômicos.
As projeções são de até 50 bilhões de barris de petróleo, retirados de sete mil metros de profundidade, o que pode render riquezas na ordem de 2 a 5 trilhões de dólares.
Os números do PIB, divulgados na terça-feira (6), mostram que a extração mineral, que compreende a produção de petróleo e gás, teve crescimento de 3,2% em 2011, o dobro do crescimento da indústria como um todo, no mesmo período.
Quase todo o trabalho do pólo tecnológico do Rio é voltado para a perfuração e a produção de petróleo no pré-sal. Estes dois pontos são os maiores desafios dessa exploração. As empresas instaladas estão tendo que formar mão de obra e fazer investimentos em tecnologia que ainda não existe em nenhum lugar do mundo.
Para atingir o fundo do mar, vai ser preciso vencer rochas e espessas camadas de sal, que escondem o petróleo.
“Assim como os Estados Undios ganharam muita experiência na corrida ao espaço, o Brasil, nas próximas décadas, poderá se tornar o grande líder das atividades no mar”, prevê Segen Estefen, diretor de tecnologia e inovação da Coppe/UFRJ.
A primeira a se instalar na área foi a Coppe - Instituto de Engenharia e Pesquisa da Universidade Federal do Rio.
Muitos equipamentos são desenvolvidos nela para testar os materiais usados para resistir à corrosão em águas profundas.
“Tivemos que desenvolver muitos destes equipamentos, para testar novos esses novos materiais, nessas novas condições. Então, muitos desses equipamentos não existiam, nós tivemos que projetar e fabricar aqui”, conta Oscar Rosa Matos, professor da Coppe/UFRJ.
O que essas empresas conseguem, além de diminuir a distância até o pré-sal, é aumentar as possibilidades em um mercado de trabalho muito promissor, que pode absorver toda a mão de obra que se formar para o setor.
“Nós não temos capacidade hoje de atender nossas necessidades. Nós precisaríamos ter dez vezes mais técnicos do que nós temos. Nós precisávamos ter cinco vezes mais engenheiros químicos, mecânicos, elétricos. Então, o desafio é de um país, uma sociedade”, afirma Aufredo Laufer, gerente do parque tecnológico.

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