Total de visualizações de página

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SP: exame do Conselho Regional de Medicina reprova 46% dos alunos

 

O exame não serve como pré-requisito para a habilitação profissional. Formandos que foram mal na prova em breve atenderão a população.



Um diagnóstico preciso depende de um médico bem preparado. Um dado preocupante: em São Paulo, quase metade dos alunos formandos não passou na prova do Conselho Regional Medicina. Muitos dos formandos não souberam ler uma radiografia. O que mais preocupou é que o número de reprovações aumentou em relação ao ano passado. A prova foi voluntária. Ou seja, a situação pode ser ainda pior.
O teste teve 120 questões. Ninguém conseguiu acertar todas. O melhor aluno acertou 114; e o pior, só 30. Foram reprovados 46% dos inscritos, 3% a mais do que no ano anterior. “No exame deste ano, as questões prevaleceram um número, e já nos deram esse dado um número de questões de conhecimento moderado. Quer dizer, não existem questões muito difíceis”, afirma Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador do exame.
Chamou a atenção, o alto percentual de erros em áreas como: saúde pública, que trata de epidemias como leptospirose, doença frequente em áreas de inundação; obstetrícia, responsável pelos partos; clínica médica, que é o atendimento geral de pronto-socorro; e pediatria, que cuida das crianças.
Os formandos de medicina erraram respostas para situações consideradas comuns nos hospitais. Mais de 60% dos estudantes não acertaram questões que envolviam o tratamento de dor de garganta em um homem adulto e de meningite em um recém-nascido.
“A partir do momento que ele vai mal nessa prova, a culpa não é somente dele. A culpa é da formação que ele teve também”, defende Alexandre Chang, diretor da Associação de Médicos Residentes.
O exame não serve como pré-requisito para a habilitação profissional. O resultado preocupa os organizadores, porque muitos formandos de medicina, que foram mal na prova, em breve estarão atendendo à população.
“O fato de o exame ser voluntário causa um viés na avaliação, porque se supõe que, pelo menos, aqueles alunos que se sentem mais bem preparados venham fazer o exame. Aí a preocupação fica maior, porque o resultado dos nossos exames pode estar demonstrando uma situação melhor do que ela realmente é. Quer dizer, a realidade pode ser pior”, observa o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), Renato Azevedo Júnior.
Participaram estudantes de 25 dos 28 cursos do estado de São Paulo. Ainda de acordo com o conselho, cerca de 30% dos alunos que se formam hoje não conseguem fazer residência e vão direto para o mercado de trabalho sem o preparo necessário.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/11/sp-exame-do-conselho-regional-de-medicina-reprova-46-dos-alunos.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário