Avançar sinal vermelho dá 48% das multas de motos em Sorocaba, SP

 

Em outubro, 436 motociclistas desrespeitaram a sinalização.
Apenas um em dez condutores assumiu que comete a infração.

Tássia Lima Do G1 Sorocaba e Jundiaí

 

Robson Nascimento admitiu trafegar acima da
velocidade (Foto: Mayco Geretti/G1)

 

Não é difícil flagrar motociclistas cometendo infrações como avançar o sinal vermelho e fazer conversões proibidas nas ruas de Sorocaba, interior de SP. Os números, porém, mostram que as multas aplicadas às motos ainda são bem inferiores em relação às aplicadas aos carros de passeio.
De acordo com dados da Urbes, órgão que administra o trânsito na cidade, 7.143 motoristas de carro foram multados em outubro, contra apenas 904 motociclistas. Mas o destaque fica por conta daqueles que avançam o sinal vermelho. Dessas 904 multas, 436 foram aplicadas a esse tipo de infração, o que corresponde a 48% do total.
Apesar do alto índice, é raro encontrar quem assuma avançar quando o semáforo está fechado. O G1 foi às ruas da cidade e conversou com dez motociclistas. Destes, apenas um respondeu que tem esse costume, mas afirmou que tudo depende do risco do momento: "Em alguns lugares e horários, é perigoso ficar parado", justificou Antônio Fernandes. Os outros nove disseram nunca terem cometido a infração ou levado multa por esse motivo. "Só por excesso de velocidade", revelou Tiago Manfrinato. O auxiliar de produção Robson Nascimento também foi pego pelos radares. "Já fui multado por correr demais e por usar capacete sem viseira, mas nunca por passar no sinal vermelho", contou.

 

Motociclista é flagrada em cima da faixa de
pedestres (Foto: Mayco Geretti/G1)

 

 

A pressa para entregar mercadorias dentro do prazo, no caso dos motoboys, contribui para o aumento das infrações, de acordo com os relatos da maioria dos entrevistados. O risco de acidentes, porém, inibe os mais cuidadosos. "O fato de ser motoboy não dá o direito de abusar", declarou Maurício da Silva. "Passar no sinal vermelho é como fazer roleta russa", resumiu Antônio Lírio.
Uma motociclista que não quis revelar o nome ainda foi flagrada em cima da faixa de pedestres em um cruzamento da Avenida Dom Aguirre. Ela justificou que havia acabado de adquirir a moto e que ainda não tinha total controle sobre o veículo.