Segundo o comentarista, a repressão devia estar associada a algum tipo de planejamento, para que as pessoas sejam reinseridas no emprego.
A criminalidade em qualquer atividade popular é muito difícil. O jogo do bicho é algo que está na cultura da população brasileira há décadas, então a criminalização é dificílima. É um trabalho de enxugar gelo. A polícia prende, a pessoa pega uma pena de quatro meses sem prisão, sai pela porta da frente.
Eu comandei uma companhia de polícia em uma cidade de 100 mil habitantes no Vale do Paraíba. Essa cidade tinha 100 apontadores, e a maior parte eram ex-presidiários. Na verdade, o jogo do bicho ainda servia para que o preso tivesse uma atividade quando saísse da cadeia, para ressocializar. Devia ser pensada uma atividade, com a criação de empregos. A repressão deve estar associada a algum tipo de planejamento para que as pessoas sejam reinseridas no emprego.
Se os chefões do jogo do bicho continuarem presos, serão penas pequenas. Na última grande condenação do Rio de Janeiro, eram penas entre 5 e 6 anos. Eles ficaram 2 anos presos, até a mudança de regime. Os que estão em fuga devem se apresentar depois do Natal, é o mais lógico. Não tem porquê ficar foragido, já que o máximo que um bicheiro ficou preso nos últimos anos no Brasil foram dois anos.
No Rio de Janeiro e na Bahia, desde a década de 60, os governos decidiram que o jogo do bicho não ia ser combatido pela polícia. A partir daí, foi criada uma rede de corrupção. Você não pode reprimir, senão você cria uma área cinzenta que favorece os novos policiais.
Hoje em dia, o que dá mais dinheiro é o caça-níquel. O equipamento que os apontadores estão usando é usado desde 2008, e nenhum tinha sido apreendido até 2010. A polícia nem sabia da existência desse equipamento, para você ver como ela deixa isso funcionar. Em Pernambuco, as máquinas de caça-níqueis estavam na frente da delegacia de polícia. É evidente que alguém está se favorecendo dessa situação.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/12/rodrigo-pimentel-jogo-do-bicho-ainda-serve-para-ressocializar-presos.html
Eu comandei uma companhia de polícia em uma cidade de 100 mil habitantes no Vale do Paraíba. Essa cidade tinha 100 apontadores, e a maior parte eram ex-presidiários. Na verdade, o jogo do bicho ainda servia para que o preso tivesse uma atividade quando saísse da cadeia, para ressocializar. Devia ser pensada uma atividade, com a criação de empregos. A repressão deve estar associada a algum tipo de planejamento para que as pessoas sejam reinseridas no emprego.
Se os chefões do jogo do bicho continuarem presos, serão penas pequenas. Na última grande condenação do Rio de Janeiro, eram penas entre 5 e 6 anos. Eles ficaram 2 anos presos, até a mudança de regime. Os que estão em fuga devem se apresentar depois do Natal, é o mais lógico. Não tem porquê ficar foragido, já que o máximo que um bicheiro ficou preso nos últimos anos no Brasil foram dois anos.
No Rio de Janeiro e na Bahia, desde a década de 60, os governos decidiram que o jogo do bicho não ia ser combatido pela polícia. A partir daí, foi criada uma rede de corrupção. Você não pode reprimir, senão você cria uma área cinzenta que favorece os novos policiais.
Hoje em dia, o que dá mais dinheiro é o caça-níquel. O equipamento que os apontadores estão usando é usado desde 2008, e nenhum tinha sido apreendido até 2010. A polícia nem sabia da existência desse equipamento, para você ver como ela deixa isso funcionar. Em Pernambuco, as máquinas de caça-níqueis estavam na frente da delegacia de polícia. É evidente que alguém está se favorecendo dessa situação.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/12/rodrigo-pimentel-jogo-do-bicho-ainda-serve-para-ressocializar-presos.html
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