Aumento da procura por lingeries nesta época do ano por causa de supserstições faz lojas venderem três mil calçinhas por dia.
Tem gente que jura que dá certo e não esquece nenhum detalhe pra dar sorte neste fim de ano. É a cor da roupa, as simpatias e até os ingredientes da ceia da virada.
Quando a gente vai dando as costas para o passado, espera que o novo ano venha cheio de coisas boas. Mas o que fazer para atrair a sorte? “Eu acho que tem que ser tudo novo”, diz uma jovem.
Tudo novo mesmo, começando pela cor: quem acredita, escolhe a cor dependendo do que quer. Para quem busca esperança, o verde. O vermelho é paixão, e o rosa, amor.
Como muitas mulheres fazem questão de usar uma lingerie nova no réveillon, esse sem dúvida é o melhor período de vendas da loja: são vendidas três mil calçinhas por dia.
Quem sabe com ajuda extra, a carteira não fica mais recheada. “Para o meu esposo vou levar cueca amarela, porque representa ouro, dinheiro e trabalho”, disse uma mulher.
E tem gente que aposta no exagero: “Eu vou vestir uma de cada cor, uma por cima da outra. Não sei se dá resultado, mas vou experimentar”, afirma outra mulher.
Mas por que as pessoas acreditam tanto no poder de uma peça íntima? “É justamente por conta da intimidade, quanto mais perto do corpo a peça estiver, quanto mais no íntimo estiver, mais efeito ela fará. Se a pessoa usar a cueca ou a calçinha e trabalhar com afinco, buscar a sua vida, ela vai conseguir. Agora, usar a calçinha e a cueca, sentar e olhar para o céu, o dinheiro não vai cair”, conta o psicanalista e historiador João Henrique Bianco.
A superstição também testa o paladar dos brasileiros na ceia do réveillon. “Nada de galinha, porque ela anda para trás e eu quero que a minha vida ande para a frente”, brinca uma mulher.
Tem gente que não acredita em superstição, mas o psicanalista explica que a sugestão tem sim seu poder: “Se você acreditar faça, é bom para sua vontade, para materializar seu desejo, para levar mesmo sua vida no ano que está chegando para uma vida nova, bacana, diferente”, diz João Henrique Bianco.
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