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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Imagens mostram ação de quadrilha que torturava vítimas em SP

 

Grupo atuava em mansões do Morumbi, bairro nobre da cidade.
Em vídeo, criminosos ameaçavam cortar dedos e orelha de empresário.

Do G1, com informações do Fantástico

 


A polícia prendeu nesta semana Emerson Rodrigo Rezende dos Santos, conhecido como Dudu, líder de uma das quadrilhas mais violentas em São Paulo. Com mais de 1,90 metro de altura e muita frieza, Dudu dava as ordens que aterrorizaram dezenas de vítimas em São Paulo. A reportagem do Fantástico mostra com imagens exclusivas como agia o grupo, especializado em atacar casas em área nobre da cidade.
O grupo de Dudu é acusado de torturar durante os assaltos a residências, principalmente na região do Morumbi, área nobre da capital.  Uma empresária conta que os criminosos ameaçaram seu marido. "Começa a cortar o dedo dele, corta o dedo dele, corta a orelha dele. Eu ouvia meu marido no quarto dizendo "para, cara, para", conta ela.
Desarmado, Dudu se divertia na noite de sábado (10) no Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo. Ele foi cercado pelos policiais, os outros criminosos reagiram a tiros e fugiram. Dudu tentou escapar, lutou com um investigador e foi preso. Durante a semana, ele foi reconhecido por mais de 20 vítimas.
Imagens obtidas pelo Fantástico mostram a quadrilha em ação em julho. Dois assaltantes rendem os jardineiros que iam prestar serviço na casa. E entram tranquilamente pelo portão se fazendo passar por eles. Uma empregada os recebe. Ela não percebe que são assaltantes.
Minutos depois, eles dominam as dez pessoas presentes na casa, entre funcionários e moradores. E abrem o portão para a entrada dos outros criminosos. Imagens mostram a entrada de Marco Antônio Souza da Costa, que foi preso na terça-feira (13). Um outro homem que entra com as ferramentas ainda não foi identificado e está sendo procurado. A polícia também ainda não sabe quem é o bandido de boné que dirigia o carro. O último a descer é Dudu.

Armado com um fuzil e usando um colete à prova de balas, ele manda os jardineiros entrarem. O roubo dura menos de uma hora. Os quatro criminosos voltam para o carro e saem pelo portão. Antes de sair, eles amarram todas as vítimas. Levam dinheiro, celular, jóias e um cofre. Dessa vez, o bando não foi violento. Bem diferente do que aconteceu em maio com uma empresária.
Durante uma hora e meia, Dudu e mais quatro comparsas ficaram com os donos da casa em um quarto, fazendo ameaças. O casal de empresários passou momentos dramáticos na mão dos bandidos. O grupo pulou um muro e entrou na casa. Rendeu primeiro o marido da empresária. “Quando eu saí do quarto, já tinha um bandido com uma arma encostada na minha testa. Quando eu olhei em direção à sala de TV, meu marido estava com dois outros, cada um com revólver na cabeça dele”, diz a moradora.
O cachorro latia muito e ficou na mira de um dos assaltantes. “Ele apontou o revólver bem pra cabeça do meu cachorro e perguntou pro outro "o que eu faço com o cachorro?". O mais violento do grupo era Dudu, que ameaçava cortar os dedos e as orelhas do marido dela. “Ele abriu uma pistola, deixou todas as balas caírem em cima do colchão, foi colocando devagar, uma a uma, e nos ameaçou. "Se vocês não derem tudo, são nove tiros!"
O criminoso chegou a se surpreender com a reação da empresária, que tentou manter a calma.
“Ele virou pro outro e disse assim "Viu, elas têm psicólogo, psicólogo é que as treina pra não ficar nervosa". Cerca de uma hora depois, Dudu deu a ordem para o assalto terminar. Levaram joias, inclusive uma que a vítima não tinha visto ainda porque ganharia de presente no Dia das Mães.
Estava embrulhado dentro do escritório, e eles acabaram levando também. Dudu está na cadeia e já foi indiciado por assalto, receptação, tráfico de drogas e formação de quadrilha. “Trata-se de um indivíduo de altíssima periculosidade. Ele torturava as vítimas, as espancava e jogava álcool em seus corpos para queimá-las”, diz o delegado Dejair Rodrigues.
Nos boletins de ocorrência, muitos relatos de violência e ameaças. Em agosto, uma vítima foi furada com uma chave de fenda e outra chegou a ficar com uma arma na boca. Em outubro, os bandidos mantiveram um facão no pescoço de uma mulher e ameaçaram até cortar o cabelo dela. Dez dias depois, mais violência. Um dos criminosos cortou a própria pele com um caco de vidro e passou sangue no corpo e na boca das vítimas.

Ao ser preso, Dudu usava um anel que chamou a atenção de uma publicitária. Ela viu na televisão a joia roubada no trânsito cinco anos atrás. E reconheceu o rosto de Dudu, que estava de moto.
“Ele pegou o anel, fez assim com a mão e disse "isso é de ouro?". Eu disse "é". "Se não for, eu mato você".  E foi embora.

Para recuperar o anel, ela ainda precisa apresentar à polícia um certificado de propriedade da joia. “Eu não esperava nunca encontrar. Quando eu vi, era o meu anel! Ele cabe direitinho na minha mão.”

Assaltada duas vezes, a empresária aumentou a segurança, mas diz que não pretende mudar de casa.
“Foi a pergunta do primeiro assaltante que entrou aqui "e agora, o que a senhora vai fazer? Vai continuar morando aqui?” Eu falei "Bem, não vai ser um assaltante que vai me tirar da minha casa". E não pretendo sair", afirma.

fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/12/imagens-mostram-acao-de-quadrilha-que-torturava-vitimas-em-sp.html

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