Aniversariantes desta data desmentem o chamado 'trauma do presente único'.
Mas reconhecem que não têm como fazer a festa no dia 25 de dezembro.
Eduardo Moraes sempre comemora o aniversário e o Natal junto com os pais. (Foto: Arquivo pessoal)
Ele nasceu às 6h do dia 25 de dezembro de 1988. De lá para cá, não teve como não comemorar a data. “Todo ano minha família costuma reunir-se na casa da minha tia ou avó, do dia 24 para 25 de dezembro. Então, eu já aproveito o embalo e comemoro meu aniversário também. No dia 25 mesmo, já virou uma rotina nos últimos anos: eu almoço com meus familiares e, quando chega a tarde, meus amigos costumam vir para minha casa comemorar também”, conta o estudante.
Para ele, nascer no Natal é uma maneira de se sentir ainda mais próximo de Jesus. “Eu me considero uma pessoa privilegiada, porque é uma das datas mais bonitas do calendário. Acho esse dia muito especial e não é só pelo fato de ser meu aniversario, mas também do nascimento de Jesus Cristo. Como sou católico, essa data é muito marcante para todos nos.”
Presente únicoSer aniversariante desse dia também pode ser estratégico. O estudante de agronomia desmente o trauma do presente único. “É um mito. Por ser uma data difícil de esquecer, todo mundo já vem com presentes, e meus pais sempre me deram bons presentes. Mas eu não me importo muito com isso. Acho que o importante mesmo é estar ao lado de quem a gente realmente gosta”, afirma o estudante de agronomia.
A jornalista Adriana Teixeira de Moraes, 43 anos, também garante que o chamado trauma do presente único não fez parte da sua infância. “Essa parte era boa. Quando eu era criança, sempre ganhava dois presentes. Era privilegiada.”
Ela conta que pode ser bem divertido ser aniversariante no dia de Natal. "As pessoas brincam dizendo que eu deveria me chamar Natalina, ou então, quando estou nervosa costumo ouvir 'nem parece que nasceu no Natal, você deveria ser mais anjinho'. As reações são sempre positivas, afinal é um dia bonito”, afirma.
Comemoração adiadaPara a jornalista, o lado negativo de nascer no dia 25 de dezembro é em relação à comemoração. "No dia mesmo, a gente não consegue comemorar porque os amigos estão sempre viajando ou com as outras famílias", lamenta.
Ela revela que já tentou, sem sucesso, fazer a festa no dia 26. "Mesmo assim, alguns amigos não foram, ou porque estavam viajando ou porque estavam curtindo a ressaca do dia 25. Na verdade, eu nem posso fazer festa no dia 25, porque o concorrente é muito forte. Mas o legal é que o Parabéns, pelo menos, eu sempre vou ter”, brinca.
Como achar o médico
Além da dificuldade em festejar o aniversário, nascer no Natal implica um outro problema, mas para os pais: achar o médico para fazer o parto. A mãe de Eduardo, a vendedora Aldemarina da Silva Moraes, conta que o filho estava previsto para nascer no dia 10 de janeiro. Todo o pré-natal foi feito levando em consideração esta data. Mas a surpresa veio antes. A bolsa dela estourou às 5h do dia 25 de dezembro.
Com muitas dores, Adelmarina chegou à maternidade e, para sua surpresa, o médico que acompanhou sua gravidez não estava de plantão naquele dia. “O médico não foi localizado e eu comecei a discutir com o pessoal do hospital”, conta. Com as dores aumentando, a vendedora teve de ir para a sala de parto com outro médico. “Às 6h do dia 25 de dezembro todos comemoraram o nascimento do meu filho. Somos pais privilegiados por ter um filho que comemora o nascimento no dia de Jesus Cristo. Fomos abençoados.”
fonte: http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/12/ninguem-nunca-esquece-garante-estudante-que-faz-aniversario-no-natal.html
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