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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Um em cada quatro universitários do Brasil tem mais de 30 anos

 

A exigência cada vez maior por qualificação está fazendo com que muitos adultos retornem às salas de aula.



O Brasil precisa se conhecer mais. Por exemplo: as universidades brasileiras registram uma mudança. Hoje um em cada quatro universitários tem mais de 30 anos.
Em meio à garotada da sala, uma turma de cabelo ralo é cada vez mais numerosa. Eles têm idade para serem professores, mas estão interessados mesmo em aprender.
“Perdi a oportunidade quando era mais novo, porque não levava muito a sério a escola. Hoje eu já levo a sério”, disse o supervisor de produção Graciano Costa.
Nem que para isso tenha de fazer sacrifício. Aos 45 anos, o encarregado de manutenção Osmar Vieira acorda às 5h e só volta para casa depois da meia-noite todos os dias. "Eu resolvi agora acabar estudando para ter mais garantias no trabalho também e se igualar às outras pessoas que já têm faculdade", justificou Osmar.
A jornada continua em casa com a ajuda do filho. "Ele tem um pouco de dificuldade, o que é normal também pelo trabalho. Tem preocupações diferentes das minhas”, afirmou o estudante Lucas Vieira.
A exigência cada vez maior por qualificação está fazendo com que muitos adultos retornem às salas de aula. Tanto que, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inpe), um em cada quatro estudantes das universidades brasileiras tem mais de 30 anos.
São “trintões” ou “quarentões”. Segundo o Inpe, nos últimos oito anos aumentou em mais de 200% o número de pessoas com mais de 30 anos nas universidades. As instituições tiveram de se adaptar.
"Há uma necessidade de conseguir fazer com que esse estudante de 30, 40 ou 50 anos consiga compreender a informação junto com o estudante de 17 ou 18 anos, que acabaram de sair do colegial”, explicou o gerente de comunicação Amauri Chamorro.
A luta agora não é apenas pela educação dos filhos. "Meu objetivo era me esforçar para dar educação para os meus filhos. Eu não tinha pretensão, até porque não tinha condições financeiras. Aí surgiram essas oportunidades, acabei prestando vestibular e ingressei, mas nem sonhava com isso", disse a secretária Dulce Gandilio.
Casos como o do técnico de obras Francisco Costa e do estudante Felipe Nascimento Costa vão se multiplicando: pai e filho na mesma sala de aula do curso de Engenharia Civil. "Acho normal a gente estudar junto para provas", contou Felipe Nascimento.
O momento mais emocionante ainda está por vir. "Eu penso muito em quando a gente for se formar, fazer a formatura, pai e filho. Acho que vai ser bem bacana, bem legal. Vão ser dois sonhos acontecendo ao mesmo tempo. Bem legal", idealizou o técnico de obras Francisco Costa.


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