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terça-feira, 18 de outubro de 2011

CGU vê irregularidades em contratos do Ministério do Esporte com ONG

 

Segundo a “Veja”, o PC do B teria desviado dinheiro do programa Segundo Tempo usando ONGs como fachada. Dilma Rousseff disse que o governo acompanha as denúncias atentamente e defendeu o ministro Orlando Silva.

 


A Controladoria-Geral da União encontrou indícios de fraudes em uma ONG contratada pelo Ministério dos Esportes. A instituição foi mostrada no domingo (16) em denúncia do Fantástico.

Nesta segunda-feira (17), o ministro Orlando Silva voltou a se defender das acusações de corrupção.
No Palácio do Planalto, logo cedo, o ministro do Esporte, Orlando Silva, apresentou explicações à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Em visita à África, a presidente Dilma Rousseff disse que o governo acompanha as denúncias atentamente e defendeu o ministro.
“Nós presumimos inocência e o ministro, não só nós presumimos a inocência dele, como ele tem se manifestado com muita indignação quanto às acusações feitas a ele”, declarou a presidente.
Segundo reportagem da “Revista Veja”, o PC do B teria desviado dinheiro do programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte, usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário do esquema.
As denúncias foram feitas pelo policial militar João Dias Ferreira, que já foi ligado ao PC do B. Ele disse à “Veja” que para receber recursos, as ONGs tinham de pagar uma taxa de até 20% do valor dos convênios.
João Dias é responsável por duas ONGs que receberam dinheiro do programa. Chegou a ser preso no ano passado acusado de desvio de dinheiro. De acordo com o Ministério do Esporte, as ONGs dele têm de devolver ao governo mais de R$ 3 milhões. Em entrevista ao Jornal Nacional, ele disse que desde que se recusou a participar do suposto esquema de corrupção é que as ONGs dele começaram a ser denunciadas.
Sem apresentar provas, voltou a acusar o ministro. “Ele sabe muito bem, porque eu tive com ele já em uma ocasião dentro do ministério, onde ele se comprometeu a punir as pessoas responsáveis por fraudes na documentação. E não foi isso que aconteceu. Ele acobertou e produziu mais documentos para tentar nos comprometer”, afirmou João Dias Ferreira.
No interior de São Paulo, outra suspeita de irregularidade envolvendo o programa Segundo Tempo: reportagem do Fantástico revelou que dinheiro público teria sido usado indevidamente pela ONG Bola Pra Frente, que pertence a Karina Rodrigues, ex-jogadora de basquete, vereadora em Jaguariúna pelo mesmo partido do ministro do Esporte, o PC do B.
A entidade da ex-jogadora recebeu cerca de R$ 28 milhões nos últimos seis anos. E segundo o Ministério Público, há indícios de que as empresas contratadas pela ONG para fornecer lanche e material esportivo são de fachada.
Duas dessas empresas aparecem no Tribunal Eleitoral como doadoras para a campanha de Karina. De acordo com a Controladoria-Geral da União, há vários indícios de irregularidades no convênio com a ONG Bola Pra Frente, como fraude em licitação e superfaturamento. O ministro Orlando Silva mandou apurar.
Desde 2006, o Tribunal de Contas da União vem alertando o Ministério do Esporte para a falta de fiscalização e fragilidades na prestação de contas do programa Segundo Tempo. Por determinação da presente Dilma, os convênios com ONGs foram suspensos em junho.

O ministro Orlando Silva quer dar explicações sobre as denúncias: marcou audiência nesta terça-feira (18) no Congresso e pediu investigação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República.
O policial João Dias também pediu investigação da Polícia Federal e vai prestar depoimento nesta terça.
No fim da tarde, Orlando Silva, convocou uma entrevista. Disse que o programa Segundo Tempo vai continuar existindo, sem a participação de ONGs. Sobre os convênios firmados com as ONGs do policial João Dias, o ministro disse que atendeu a um pedido do então ministro Agnelo Queiroz, hoje governador do Distrito Federal.
Orlando Silva disse que está sendo vítima de ataques caluniosos. “É inaceitável que mentiras informadas por gente desqualificada, na verdade, mentiras, cuja fonte são bandidos, pessoas criminosas, possam ter a repercussão que tiveram. É inaceitável que isso aconteça. E, por isso, a minha decisão de tomar uma série de medidas para restabelecer a verdade. Uma série de medidas para restabelecer, primeiro, a minha própria honra que foi ferida. Não houve, não há e não haverá prova de mentiras faladas por esse criminoso”, garantiu o ministro.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu, por unanimidade, pedir explicações ao ministro Orlando Silva sobre as denúncias. Ele terá dez dias para responder.
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, nega envolvimento no caso. Ele admite que recebeu João Dias em audiência, quando o policial era presidente da Federação Brasiliense de Kung Fu e militante do PC do B. Agnelo disse que não fez nenhuma recomendação ao encaminhar o policial a Orlando Silva.

fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/10/cgu-ve-irregularidades-em-contratos-do-ministerio-do-esporte-com-ong.html

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