Total de visualizações de página

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

'Todo ano é assim', afirma Miriam Leitão sobre cortes no orçamento


Comentarista diz que governo faz orçamento calculando que o contribuinte vai mandar mais dinheiro, ou seja, que a arrecadação vai aumentar.

O economista Raul Veloso falou que todo ano se repete o lenga-lenga: o Congresso incha o orçamento, o Executivo vai lá e desincha o orçamento. Ele acompanha há muitos anos. Eu também. E todo ano é assim.
O governo faz um orçamento já calculando que o contribuinte vai mandar mais dinheiro, ou seja, que a arrecadação vai aumentar. Aí, vai para o Congresso e lá, eles falam ‘Não, o governo não fez a conta direito. Na verdade ele vai receber muito mais’ e recalcula a receita para cima.
Nesse cálculo para cima, que é uma espécie de vento, pois não se sabe se aquilo vai ser verdade, volta para o governo e o governo corta parte disso. No fim, ao cabo, era vento.
O governo vai gastar em 2012 mais do que gastou no ano anterior, quando gastou R$ 85 bilhões. Vai ter um aumento nas despesas de quase 6% real, já descontada a inflação. Isso significa que ele está contando que a população vai mandar mais dinheiro para ele. No ano passado foi R$ 1 trilhão de impostos federais. É muito dinheiro.
O jornal O Globo, que tem especialistas na área fiscal, fez a conta das despesas obrigatórias. Dos R$ 55 bilhões que o governo disse que vai cortar, R$ 20 bilhões são despesas obrigatórias, ou seja, ele não pode cortar. Vai ser difícil.
Há um medo entre os economistas de que esse ano não seja tão bom em arrecadação quanto o ano passado, que o Brasil arrecade menos. Ou seja, se o governo não arrecadar tudo o que está falando que vai arrecadar, a situação fica pior. Aí, onde ele corta? Onde não pode cortar. Ele corta em investimentos, como sempre faz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário