Mais de R$ 250 mil em medicamentos para câncer e anticoagulantes foram encontrados em casa e carro de integrantes da quadrilha.
A polícia de São Paulo desmontou uma quadrilha que desviava remédios caríssimos de hospitais públicos, o que chamou atenção para o comércio de medicamentos roubados e falsificados. Ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apreendeu uma quantidade estratosférica de remédios. Quase três milhões de unidades. O número de medicamentos falsificados apreendidos cresceu 12 vezes no ano passado.
Os falsos remédios são apenas parte de um problema ainda maior. Nesta quinta (2) em São Paulo, a polícia prendeu 12 pessoas acusadas de desviar medicamentos caros para vender a preços mais baixos para farmácias e clínicas.
Mais de R$ 250 mil em medicamentos para tratamento de câncer e anticoagulantes de última geração foram encontrados em uma casa e em um carro de dois integrantes da quadrilha. Um deles, Rodrigo Eduardo de Paula, é cunhado de outro bandido, preso por desvio de remédios: Stefano Mantovani Fernandes. Segundo a polícia, Stefano chefiava o grupo.
“Stefano conseguiu acesso a um telefone celular por meio do qual ele fazia essa comunicação com os demais membros da quadrilha”, afirmou a promotora de Justiça Beatriz Lopes de Oliveira.
As investigações apontam que o grupo desviava remédios de, pelo menos, três hospitais em São Paulo. A polícia descobriu que os medicamentos eram vendidos para farmácias e clínicas particulares por um preço abaixo do valor de mercado. No ano passado, o esquema causou um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos.
Imagens mostram uma farmacêutica que, segundo a polícia, fazia parte da quadrilha. No hospital onde trabalhava, Eliane Assunção Siqueira aparece fazendo um sinal para uma amiga quando a chefe dela passa.
Ao ver um funcionário chegando com um carregamento de remédios, Eliane o segue. Na imagem, de acordo com a investigação, ela tenta esconder uma sacola cheia de medicamentos, mas se atrapalha e derruba tudo. Em outra gravação, Eliane passa segurando uma blusa. No momento seguinte, volta com a peça de roupa encobrindo remédios, segundo a polícia. Eliane também foi presa no apartamento dela, avaliado em cerca de R$ 1 milhão.
“Nós estamos interrogando todos os 12 presos e obviamente que daí novos nomes sairão. Nós já tínhamos a suspeita de novos nomes, novas distribuidoras, novas surpresas que, com certeza, serão responsabilizadas criminalmente”, declarou o delegado Anderson Giampaoli.
Crimes envolvendo medicamentos têm sido frequentes no país. Números da Anvisa mostram que, em 2011, foram apreendidos quase três milhões de remédios irregulares.
Outro sério problema relacionado aos medicamentos é a falsificação. Só no ano passado, a Anvisa apreendeu mais de 850 mil unidades de remédio falsificado. Trata-se de um risco grave para quem está em tratamento.
“Pode retardar ainda mais o tratamento, levar a internações desnecessárias e inclusive expõe o paciente ao risco de vida”, alerta Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
É preciso estar atento a itens de segurança. Cuidado com embalagem amassada – isso pode ser um sinal de que o medicamento não foi transportado e armazenado da forma correta. Veja se a caixa não foi violada; olhe o lote e a data de validade e raspe a marca branca. Quando sair a tinta, vai aparecer o nome do laboratório, algo difícil de ser falsificado.
“Toda vez que a gente toma conhecimento de que há um produto falsificado, nós fazemos a denúncia policial, porque isso é um crime. Falsificar medicamento é um crime contra à saúde pública. É um crime muito grave”, afirma Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma).
A Anvisa diz que encontrou remédios falsificados em postos de combustíveis, lanchonetes e até mesmo em farmácias e drogarias. Então, muito cuidado e muita atenção.
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