O número de motociclistas aumenta e também o de acidentes graves. Em 14 anos, o número de mulheres mortas cresce 16 vezes.
O número de acidentes com motos acelerou. Um mapa feito pelo Ministério da Saúde mostra quem são as principais vítimas. O resultado é surpreendente: as mulheres estão em número cada vez maior nessa estatística.
É uma lógica cruel. Aumentou a frota de motocicletas, aumentou o número de mulheres pilotando motos e, infelizmente, aumentou o número de acidentes com as mulheres. É lógico e é preocupante. Onde a fiscalização foi maior, segundo o governo, os acidentes diminuíram.
A dona de casa Giselda Lima Almeida é motociclista há dez anos. Já fez várias viagens. “Está na veia, está no sangue. Então, gostei. É questão de aventura. Eu gosto de sentir o vento soprando perto de mim”, comenta a dona de casa.
Ao todo, 25% das motos vendidas hoje no país foram para mulheres, segundo dados dos fabricantes. Aumentou o número de motociclistas nas ruas e aumentou também o número de acidentes graves com elas. O Ministério da Saúde analisou o período de 1996 a 2010 e chegou a uma conclusão.
“Embora nós tenhamos ainda menos mulheres com motos que homens, o aumento de óbitos foi 16 vezes entre as mulheres e 13 vezes entre os homens. São mulheres que estão fazendo atividade de trabalho no meio rural. É menos uso de moto para atividade de lazer ou atividade esportiva”, alerta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os homens continuam sendo as maiores vítimas, a maioria com menos de 40 anos. Entre os motivos dos acidentes, estão excesso de velocidade, embriaguez e imprudência. Em Goiás, um problema comum nas ruas aumenta o risco. “O condutor não é habilitado”, diz um policial. “Precisa, mas a gente não tem”, alega um motociclista.
De cada dez motoristas flagrados sem habilitação no estado, nove são motociclistas. O Detran planeja um curso específico para treinar cidadãos de baixa renda. Segundo estudo do governo federal, 58% dos acidentes acontecem em pequenos municípios. No hospital em Guaranhuns (PE), a enfermaria vive lotada. Só em janeiro, foram 306 atendimentos. O caso é considerado um problema de saúde pública.
O aposentado José Inácio Almeida é um motociclista cuidadoso, mas já viu o filho cair da moto e dá um conselho. “Para quem pilota moto, é muito importante que tenha receio da moto. Assim ele se torna mais cuidadoso e mais prudente”, recomenda.
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