O custo de manutenção é alto: quase R$ 50 mil por mês. As prefeituras receberam ambulâncias novas, mas não conseguem devolvê-las.
Há quatro meses, vários municípios do interior desistiram de fazer parte do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), porque o custo de manutenção é muito alto. Em média, são quase R$ 50 mil por mês. Receberam ambulâncias novinhas, mas não as usam e nem conseguem devolvê-las.
Faz 470 dias que uma ambulância está parada na garagem. Ela foi doada ao município de Tapiraí para atender casos de emergência, mas a prefeitura diz não ter dinheiro para manter o serviço funcionando.
Em fevereiro de 2011, o município mandou um e-mail para o Ministério da Saúde tentando devolver o veículo. A resposta demorou sete meses para chegar. O prefeito deveria mandar um ofício solicitando a exclusão do projeto e a devolução da ambulância. A prefeitura seguiu a recomendação.
“Mas infelizmente a ambulância está na minha garagem, no meu pátio, guardada em uma área coberta, mas estamos aguardando o destrato do termo de doação para que eles possam vir estar retirando essa ambulância”, declarou Antonio Carlos de Campos, diretor de saúde de Tapiraí.
Essa situação se repete em vários municípios brasileiros. Em Salto de Pirapora, no interior deSão Paulo, a ambulância do Samu chegou em outubro de 2010. No começo do ano passado, a prefeitura disse para o Ministério da Saúde que não pretendia mais ficar com o veículo, mas até agora ele continua no mesmo lugar.
“É um veículo que só pode ser retirado da nossa prefeitura com uma ordem do Ministério da Saúde para a prefeitura que vai assumir a responsabilidade do veículo”, afirmou Jairo Mendes de Góes, diretor de saúde de Salto de Pirapora.
Embaixo de uma lona na cidade de São Roque, há mais uma ambulância do Samu novinha. O veículo custou R$ 100 mil e até hoje nunca atendeu nenhum paciente. Em nota, o Ministério da Saúde disse que a transferência das viaturas deverá ser feita até fevereiro. A de São Roque vai para São João da Boa Vista.
“Quero que São João da Boa Vista realmente consiga utilizar essa ambulância e que ela traga bons resultados e que a população tire bom proveito disso”, declarou o prefeito de São Roque, Efaneu Nolasco.
Em todo o Brasil, mais de 600 ambulâncias estão na mesma situação. O Ministério da Saúde determinou que até fevereiro elas sejam transferidas para outros municípios.
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