Na semana passada, mais de 300 pessoas confirmaram presença pelo Facebook no 'Mergulho no Tietê', um evento criado virtualmente pelos internautas para servir de 'ultimato para a despoluição do Rio Tietê e seus afluentes'. O protesto está marcado para às 15 horas de quinta-feira, dia 12 de novembro... de 2021. Parece longe, muito longe, mas na realidade essa espera de dez anos não é lá muito tempo perto das décadas de promessas e investimentos desperdiçados na limpeza do Tietê.
Afinal, algum paulistano minimamente realista acredita que o rio mais importante de São Paulo estará pronto para receber banhistas em um futuro próximo? Tendo em vista que já foram gastos R$ 3 bi no tratamento do Tietê, a resposta não parece ser muito otimista.
O rio que teve grande importância na história de São Paulo, permitindo a interiorização da colonização, é desde 1970 uma lenta massa de água fétida. Para se ter ideia, 33 bairros ainda despejam parte de seu esgoto no rio, entre eles Morumbi, Vila Mariana e Ipiranga. Na Região Metropolitana, 16 cidades apresentam o mesmo problema, enquanto na Bacia do Tietê quase 250 prefeituras pouco investiram na proteção do Tietê. É mais sujeira de esgoto do que água do rio, simples assim.
Para entender a dimensão de tantos entraves, o Estado conversou com especialistas para apontar os gargalos e as boas ideias que já foram adotadas por outras metrópoles. 'O Tâmisa, em Londres, demorou décadas para ser limpo, mas hoje ele tem vida', diz o engenheiro alemão Ralf Steeg, articulador do programa de limpeza do Rio Spree, em Berlim. 'É possível revitalizar os rios urbanos, desde que haja vontade política. É uma questão de melhorar a qualidade de vida da cidade.'

fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/rdollar-3-bi-depois-por-que-o-rio-tiet%c3%aa-continua-t%c3%a3o-sujo