Maíra Sanches
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Um estudante de Direito de 19 anos foi preso ontem após disparar contra crianças na Vila Assunção, em Santo André. Da sacada de seu apartamento, em um prédio de alto padrão, Lucas Bomtempo Correa Leite atirou com arma de pressão e feriu três meninas que estavam no Parque Antônio Flaquer, conhecido como Ipiranguinha, localizado em frente ao edifício da Rua Belém. As três garotas foram encaminhadas ao Centro Hospitalar Municipal de Santo André, onde foram medicadas e liberadas no fim da tarde. Na saída do hospital, os parentes, revoltados, tentavam entender o motivo da agressão. Por volta de 15h, quando o parque estava cheio, várias crianças brincavam ao redor do chafariz. De repente, os disparos começaram. "Só vi as pombas voando e os tiros acertando a água. Quando percebi ela tinha sido atingida na coxa e estava sangrando. Esse rapaz só pode ser louco", disse a irmã da garota de 9 anos, Divani Paes de Lima, 24. Da mesma família, a segunda vítima foi uma menina de 8. Ela levou tiro de raspão na altura do ombro. "E se tivesse acertado no olho? Foi um susto enorme. Ele deve ter surtado", opinou o pai, Dogival Paes de Lima, 53, que chamou a polícia. A terceira vítima tem 3 anos e também foi ferida na altura do ombro.
De acordo com os parentes, ao entrar no apartamento e voltar à sacada, Lucas disparou pelo menos dez vezes na direção do parque. Ele foi preso em flagrante e estava sozinho em casa. Os pais, que estavam viajando, voltaram à noite para prestar depoimento no 1º Distrito Policial de Santo André, onde o caso foi registrado. A perícia deve analisar se a arma utilizada continha chumbinho ou bolas de plástico.
PERFIL
A Polícia Militar apreendeu arsenal de armas de brinquedo no quarto do estudante, entre soco inglês, arma de choque, metralhadoras de pressão, binóculos, machados, espadas, facões, máscaras, roupa camuflada e radiocomunicadores. Entre os materiais, apenas uma arma, tipo garrucha, era de verdade. Ele deve responder por lesão corporal e porte ilegal de arma. Em sua página em um site de relacionamentos na internet, Lucas aparece de capuz portando uma das armas apreendidas. Amigo da família, Sabino Testa, 50, definiu o estudante como alguém reservado. "Nunca vi nenhuma alteração nele. Sempre foi quieto", relatou. A moradora do 7º andar, Alessandra Barbieri, 37, afirmou que ouviu a gritaria vinda do parque. "Na hora achei que era assalto. Não tenho contato com ele, é uma surpresa para todos nós."
Antes do depoimento de Lucas, médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foram chamados para medicar o jovem, que berrava e aparentava desequilíbrio
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