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terça-feira, 23 de agosto de 2011

STF vai definir quem pode votar em plebiscitos sobre divisão de estados

 

Ação pede que eleitores do local atingido sejam ouvidos em caso de divisão.
Em dezembro, plebiscito vai decidir sobre divisão do estado do Pará.

Débora Santos Do G1, em Brasília
Veja como fica o desmembramento do Pará (Foto: Editoria de Arte/G1)

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve definir nesta quarta-feira (24) quem está apto para votar em um plebiscito sobre a divisão ou incorporação de estados ou territórios. A determinação da Corte já será aplicada no plebiscito, marcado para dezembro, que vai decidir sobre a divisão do Pará e a criação de dois novos estados (Tapajós e Carajás).
O plenário do STF vai julgar uma ação proposta há quase dez anos pela Assembleia Legislativa de Goiás que contesta a interpretação dada pela lei que regulamenta o plebiscito.
A norma afirma que a decisão deve ser tomada pela “população diretamente interessada”, que seria tanto os que vivem no território a ser desmembrado, quanto os que moram na região que perderá território.
O Legislativo goiano defende, no entanto, que sejam ouvidos apenas os eleitores dos locais que virão a ser desmembrados e argumenta que a norma “viola a soberania popular, cerceando o exercício da cidadania”.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já decidiu que, no caso do Pará, a consulta será feita para todo o estado. Em casos de desmembramento de municípios, o Supremo já decidiu que a consulta deve ser feita a toda a população da cidade e não somente à parte que sofreria a mudança.
Para o ministro do STF e do TSE Marco Aurélio Mello, o Supremo deve manter a coerência com decisões anteriores, que determinaram a consulta além da área a ser desmembrada. “Entre limitar e expandir, temos de ficar com a expansão”, disse o ministro.
No julgamento que decidiu a consulta a todo o estado do Pará, Marco Aurélio Mello defendeu um plebiscito para o todo o Brasil. O ministro ficou vencido no julgamento.
“Se for positiva a consulta, surgirão mais dois estados. Isso tem repercussão no âmbito federal, na composição da Câmara e do Senado e na área econômico-financeira, por que parte da receita da União decorrente de impostos vai para os estados. A meu ver a consulta teria de ser formalizada para a criação do dois estados a toda a população do Brasil”, disse Mello.
Em julho deste ano, o advogado Dalmo Dallari, pediu ao TSE que incluísse todos os eleitores brasileiros na consulta para a criação dos estados de Tapajós e Carajás. Segundo o jurista, a criação de dois novos estados impõe à toda a Federação uma nova divisão dos recursos da União e modifica o papel político da região no cenário nacional.
“Serão direta e imediatamente afetados os direitos políticos de todo o povo, pois o mesmo eleitorado do Estado do Pará, que hoje elege três Senadores, que é o número de representantes de cada Estado, passará a eleger nove Senadores, ou seja, três para cada Estado, o que, obviamente, irá aumentar o peso político daquele eleitorado, reduzindo o peso e a influência dos eleitores de todos os demais Estados”, afirmou o jurista.
Consulta
O plebiscito no Pará está marcado para o dia 11 de dezembro de 2011, com a abertura das seções eleitorais às 8h e encerramento da votação às 17h.
As duas perguntas que serão submetidas aos eleitores foram definidas pelo TSE. São elas: “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Carajás?” e “Você é a favor da divisão do Estado do Pará para a criação do Estado do Tapajós?”
O cidadão que quiser participar do plebiscito tem até o dia 11 de setembro, três meses antes do plebiscito, para pedir seu título de eleitor ou transferir seu domicílio eleitoral para a região.

fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/08/stf-vai-definir-quem-pode-votar-em-plebiscitos-sobre-divisao-de-estados.html

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