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sábado, 28 de julho de 2012

Estudo da USP cria novo cálculo para identificar 'falsos magros'



IMC que inclui percentual de gordura previne para riscos da obesidade.
Pesquisadores de Ribeirão Preto aplicaram fórmula em 700 pacientes.

Rodolfo TiengoDo G1 Ribeirão e Franca
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A nutricionista Mirele Savegnago desenvolveu um cálculo alternativo para medir a massa corporal. (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)A nutricionista Mirele Savegnago desenvolveu um cálculo alternativo para medir a massa corporal. (Foto: Rodolfo Tiengo/ G1)
Pesquisadores da USP de Ribeirão Preto (SP) criaram um novo índice de massa corporal (IMC) que promete identificar os "falsos magros", pessoas que chegam a fazer bonito na balança e entre os amigos, mas que acumulam taxas preocupantes de gordura no organismo.
IMC 'clássico'IMC da USP
Fórmula

Peso (em kg) / altura (em metro) ao quadrado
Fórmula

3 x peso (em kg) + 4 x percentual de gordura / altura (em centímetros
Resultado
- até 18,5 (abaixo do peso)

- 18,6 a 24,9 (normal)

- 25 a 29,9 (sobrepeso)

- acima de 30 (obesidade)
Resultado

- 1,35 a 1,65 (abaixo do peso)

- 1,65 a 2 (normal)

- mais que 2 (obesidade)
A ideia foi recentemente publicada em uma tese de doutorado após quatro anos de estudos no departamento de clínica médica da universidade, onde a nutricionista Milene Savegnago Mialich Grecco, de 26 anos, com orientação do professor Alceu Afonso Jordão Junior, elaborou uma fórmula alternativa ao método tradicional criado no século 19.
A novidade leva em conta o percentual de gordura para calcular se o paciente é magro ou se está acima do peso. O perfil que mais deve ser beneficiado pela equação é o indivíduo que, por exemplo, tem 1,70 metro de altura e pesa em média 73 quilos e possui uma aparência magra, mas que com hábitos alimentares desregrados e baixa atividade física pode atingir percentuais de gordura acima dos 30%.
"O extremamente subnutrido e o muito obeso são captados pelo IMC tradicional. A grande preocupação são os que estão nas faixas intermediárias, que às vezes apresentam normalidade ou início de sobrepeso no teste convencional", explicou a pesquisadora. Testado até agora com 700 pessoas, o "IMC de gordura" busca apontar um resultado mais conclusivo e antecipar pacientes aos riscos da obesidade e de doenças como hipertensão e diabetes.
A fórmula, que segundo a pesquisadora é inédita no Brasil, compete com outras desenvolvidas fora do país, como o "índice de adiposidade corporal", dos EUA, que leva em conta a circunferência abdominal nos cálculos.
Estudos que tentam se adaptar aos hábitos da população do século 21. "Com isso a gente consegue prevenir ou mesmo evitar o desenvolvimento de muitas doenças, gerando um custo menor para o serviço de saúde."
Para que a fórmula tenha autoridade científica, Milene pretende realizar uma pesquisa mais ampla em seu projeto de pós-doutorado. "O primeiro estudo teve uma amostra bem homogênea, com uma população jovem. Agora a gente quer misturar perfis diferentes, indivíduos mais velhos e mais novos", disse.
A fórmulaA equação que define se você está ou não acima do peso é tão simples quanto a clássica, com a diferença de que você terá que descobrir seu percentual de gordura.
Isso pode ser feito por meio de uma avaliação física na academia – onde os professores utilizam medidores manuais de gordura, que embora sejam menos exatos são eficientes para o cálculo – ou por exames como tomografia e impedância – sistema que faz a medição através de ondas eletromagnéticas.
Para descobrir qual é seu IMC, é necessário somar o triplo do seu peso (em kg) ao quádruplo de seu percentual de gordura e dividir o resultado por sua altura (em centímetros). A equação, segundo Mirele, foi elaborada depois de serem testadas diferentes variáveis, focando uma fórmula que fosse simples para ser calculada em casa. "Queríamos algo correlato ao IMC tradicional", disse.


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