Menina de oito meses nasceu nesta quarta (11) e ficou viva por um minuto.
Família buscou na Justiça liberação da interrupção da gravidez.
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A avó da recém-nascida que nasceu com anencefalia (sem cérebro) e acabou morrendo na tarde desta quarta-feira (11) em Cuiabá, Dalete Soares de Souza, declarou aoG1 estar abalada com a morte da neta e reclama que a filha dela gerou uma “gravidez funeral”. A jovem Brendha Soares, de 19 anos, foi fazer um exame de rotina em um hospital particular da capital e acabou dando à luz uma menina que ficou viva por apenas um minuto.
“É lamentável o que ocorreu. Minha filha sofreu muito na gestação com várias complicações de saúde. Ela praticamente sabia que estava gerando uma gravidez funeral”, avaliou. A recém-nascida tinha quase oito meses de gestação e morreu às 14h .
A mãe da menina continua internada e, conforme a família está em estado febril por ter tido algumas complicações durante o parto sem previsão de alta. A avó da criança, Dalete Soares, contou que acompanhou toda a gravidez da filha e relatou que ela sentia muitas dores e sangramentos, sendo necessário ser encaminhada ao hospital.
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Em dezembro do ano passado, a família buscou na Justiça pela liberação da interrupção da gravidez por conta dos riscos na saúde que a mãe da criança estava sofrendo. No entanto, a ação protocolada na Comarca de Várzea Grande, região metropolitana da capital, foi indeferida.
O advogado da Família, Vilson Nery, explicou que interpôs recurso contra a decisão, mas que ainda não foi julgado. Para ele, o principal objetivo era preservar a vida da mãe do bebê, que corria sérios riscos de morrer.
Nesta quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento que pede a liberação do aborto de feto sem cérebro. No entanto, acabou sendo suspensa a sessão de julgamento após o voto de seis ministros.
O pai do bebê, o estudante Ernandes Kraieske Rodrigues, de 23 anos, declarou aoG1 que se sente violado com a decisão da Justiça e observa que a tristeza que a família está sentindo neste momento poderia ser evitada. “É muito sofrimento e muita dor. Sentimos isso durante os oito meses de gestação para a minha filha acabar morrendo e eu quase perder também minha esposa”, frisou.
O jovem disse ainda que a Justiça foi “injusta” e que agora aguarda a recuperação da esposa. O casal tem uma filha de três anos de idade e, segundo Ernandes, o sonho de ter mais um filho não acabou. “Vamos tentar superar toda essa tristeza. Mas, apesar de tudo, não desisti de ter outro filho”, finalizou. O funeral do bebê será realizado na manhã desta quinta-feira (12) em Várzea Grande.
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