Setor Leste usa verbas para manter estrutura e custear projetos pedagógicos.
CEF do Caub I comprou computadores e máquinas fotográficas com dinheiro.
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Escola pública do Distrito Federal com o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) do ano passado, o Centro de Ensino Médio Setor Leste recebe verbas do Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) desde 2010. De acordo com a diretora da escola, Ana Lúcia Marques, os recursos do Ministério da Educação contribuem para o fomento de atividades pedagógicas diferenciadas que o Setor Leste já desenvolvia.
“Nossos projetos foram aprimorados, passamos a fazer estudos aprofundados sobre cada um deles. O dinheiro enviado pelo MEC foi uma grande alavanca para a escola”, diz Ana.
Ela destaca que os índices de aprovação de alunos do Setor Leste na Universidade de Brasília cresceram com a chegada dos recursos federais. “Antes de 2008, a gente tinha uma média de menos de dez alunos aprovados na UnB. No primeiro vestibular deste ano foram aprovados 87 estudantes nossos.”
A diretora explica que um dos principais projetos do Setor Leste, o Êxodos, que é focado na pesquisa da identidade cultural, foi um dos mais beneficiados pelo programa do governo federal.
“Era muito difícil fazer o projeto como nós tínhamos planejado porque ele é muito caro. Tem a questão do transporte dos alunos, por exemplo, e a gente não tinha como arcar com isso.”
Com o ingresso no ProEMI, o Setor Leste passou a ser classificada como uma escola de ensino integral – e a oferecer aulas opcionais no turno contrário para que os alunos possam tirar dúvidas. “Elas são opcionais para não prejudicar os nossos alunos que já trabalham”, explica Ana.
Também com os recursos do programa federal, a escola investiu na reforma das quadras esportivas, na compra de materiais para a prática de atividades físicas e também na compra de equipamentos para a manutenção da piscina aquecida. “Nós temos uma estrutura privilegiada, mas só conseguimos mantê-la disponível gratuitamente para os alunos com os recursos do programa”, diz Ana.
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De acordo com a diretora, a escola recebeu R$ 90 mil em 2010 e está cadastrada para receber a mesma quantia neste ano. Atualmente, o Setor Leste tem 1.489 alunos matriculados no ensino médio. A escola ocupa uma área de 75 mil metros quadrados na L2 Sul e tem ginásio, academia de ginástica, laboratórios, horta, sala de dança, auditório, piscina aquecida e quadras esportivas.
A diretora do Setor Leste afirma que uma das maiores dificuldades da escola atualmente é atender aos novos alunos. No final de 2011, Ana diz que cerca de 450 estudantes tentaram uma vaga para cursar o primeiro ano do ensino médio no Setor Leste, mas a instituição conseguiu liberar apenas 43 vagas para o público em geral.
“A prioridade é para os alunos das escolas parceiras, e a procura aumentou muito. Nós chegamos a matricular 40 estudantes por sala neste ano, quando a média é 35. Para conseguir atender esse público extra só se nós aumentássemos a estrutura, teríamos que construir um outro prédio”, explica.
Inovações na área rural
Com uma estrutura modesta na comparação com o Setor Leste, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Agroubano Ipê Riacho Fundo, que fica no Caub, também conseguiu se destacar no Enem do ano passado.
Com uma estrutura modesta na comparação com o Setor Leste, o Centro de Ensino Fundamental (CEF) Agroubano Ipê Riacho Fundo, que fica no Caub, também conseguiu se destacar no Enem do ano passado.
A escola tem três turmas de ensino médio, uma para cada ano – ao todo, são 88 estudantes. A escola foi criada em 1986 e originalmente tinha turmas até a 8ª série do ensino fundamental.
“Na medida em que os alunos foram crescendo, a comunidade se mobilizou para que a gente abrisse turmas de ensino médio, o que ocorreu em 1997”, conta a diretora Sheila de Mello.
“Na medida em que os alunos foram crescendo, a comunidade se mobilizou para que a gente abrisse turmas de ensino médio, o que ocorreu em 1997”, conta a diretora Sheila de Mello.
Em 2009, o CEF se inscreveu no ProEMI e, no ano seguinte, recebeu R$ 50 mil do governo federal. Sheila diz que o projeto apresentado pela escola se focou em discussões sobre os 50 anos de Brasília e no resgate da trajetória da Missão Cruls, responsável pela demarcação da área do futuro Distrito Federal.
De acordo com Sheila, a escola atende principalmente moradores do Riacho Fundo II, Recanto das Emas e do setor de chácaras do Gama.
Parte do dinheiro enviado pelo MEC, foi usada para custear visitas dos estudantes a pontos turísticos de Brasília e do Entorno.
“Nós também compramos um notebook para cada turma do ensino médio, duas máquinas fotográficas por turma e uma máquina filmadora. São equipamentos que a gente deixa nas mãos dos alunos, para que eles possam desbravar formas diversas de conhecimento (...) Nós atendemos uma comunidade rural e temos alunos muito carentes”, diz Sheila.
A diretora afirma que as verbas repassadas pelo governo federal ajudam a tornar as aulas mais interessantes. “A gente trabalha com projetos [dentro das linhas do ProEMI]. Com isso, os alunos sentem mais vontade de participar, eles se interessam mais”, diz.
Como a escola é de pequeno porte, a diretora afirma que é possível acompanhar de perto cada aluno e oferecer um atendimento personalizado. "Nós conhecemos a maioria deles desde os primeiros anos de educação, conhecemos as famílias e incentivamos muito para que eles continuem os estudos."
De acordo com Sheila, uma das principais carências do CEF é a falta de uma quadra de esportes. Para a prática de atividades físicas, os alunos usam uma quadra pública, que não é coberta e que está com o piso danificado. Além disso a diretora diz que o número de funcionários para limpeza e manutenção do CEF é pequeno.
“Nós conseguimos manter a escola limpa, mas o número de funcionários é pequeno e eles são, na maioria, senhoras da comunidade. Elas dão conta do trabalho, mas é um serviço que exige muito delas”, explica Sheila.
ProblemasA qualidade de ensino e a pedagogia diferenciada utilizada no Setor Leste e no CEF Agroubano Ipê Riacho Fundo são exceções na rede pública do Distrito Federal. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do próprio Ministério da Educação, o Distrito Federal é a unidade federativa com o maior índice de reprovação no ensino médio considerando apenas a rede pública, com 22,3%.
No Enem de 2010, das dez instituições mais bem avaliadas na média geral do grupo 1 são todas particulares. No total, 14 escolas do DF tiveram nota para avaliação no grupo 1 do Enem, com maior índice de participação dos alunos – as públicas ocupam as três últimas posições.
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