Menelaw pretende arrecadar mil assinaturas para levar para a presidente.
Artista foi impedido de seguir viagem para a Itália na manhã de sexta-feira.
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O artista plástico Menelaw Sete, que foi impedido de seguir viagem com destino a Milão, na Itália, pelo setor de imigração da Espanha, protesta na manhã desta terça-feira (22) em frente ao consulado do país, em Salvador.
Menelaw expõe uma tela de 1,80m x 1,50m com o texto "Espanha proíbe brasileiro", além de carregar uma bandeira do Brasil. Uma segunda bandeira, branca, também está com artista plástico, que pretende coletar mil assinaturas de baianos que sejam solidários à causa. "Quero entregar essas assinaturas ao Itamaraty, para Dilma. Há coisas que passei que preciso contar a ela", diz Menelaw.
Deportação
Menelaw Sete chegou a Salvador na noite de sábado (19), após ser impedido de seguir viagem na manhã de sexta-feira (18). O artista plástico diz que desembarcou no aeroporto espanhol às 11h, no horário de Madri, em conexão para pegar o voo para Milão. No setor de imigração, Menelaw teve que responder a algumas perguntas, como o local para onde iria e o que faria. "Mostrei a carta convite e o panfleto da exposição. Há mais de 15 anos viajo para a Europa, sempre levo a carta convite, mostro as revistas, nunca tive problemas", declara.
Depois de responder aos questionamentos, Menelaw conta que foi informado de que teria que aguardar uma vistoria de seus pertences, que foram levados por funcionários da imigração. "Pedi e deixaram que eu ficasse com um caderno e uma caneta", lembra.
Segundo Menelaw, todo o diálogo dos funcionários da imigração acontecia em espanhol, até que ele recebeu um documento em português anunciando que uma brasileira entraria com ele em outro espaço para conversar com uma advogada do aeroporto. "Eu sentia que buscavam uma justificativa para me manter ali. Perguntaram se eu tinha cartão de crédito, carta convite, o que ia fazer, onde ia ficar... Mostrei tudo, mas alegaram que eu tinha pouco dinheiro e que a carta não estava carimbada. Eu quis ligar para o empresário que me aguardava, mas disseram que não ia resolver e que ele não poderia entrar lá. Eles não dão chance a você de se proteger", avalia.
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Logo depois do interrogatório, Menelaw foi comunicado de que teria que voltar ao Brasil.
As cerca de 30 pessoas, de diversas nacionalidades, que compartilharam a angústia de serem barradas com Menelaw serviram de inspiração para o artista plástico que registrou os momentos em aproximadamente 40 desenhos. Nervosismo, choro e medo caracterizavam o ambiente, de acordo com o relato do baiano.
Já na terra natal, o artista pede por um tratamento diferente aos brasileiros. "Essa luta não pode parar. Estou planejando um protesto na manhã de terça-feira em frente ao consulado espanhol. Quero explicações desse comportamento. Sou a favor do governo continuar fazendo o trabalho de fronteira, mas que seja de forma justa", conclui.
Menelaw Sete é reconhecido artisticamente como o "Picasso" brasileiro, em referência ao pintor espanhol. Na Suíça, ele iria homenagear conterrâneos famosos como Jorge Amado, Irmã Dulce e Mãe Menininha do Gantois em um painel intitulado "Bahia que eu nasci". Em 2006, o artista recebeu o título de doutor "Honoris Causa" pela Universidade Coorporativa das Américas.
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