Paulo Henrique Santos, de 22, anos, está detido desde o dia 25 de outubro.
Jovem não aparece agredindo o coronel nas imagens, diz Ricardo Molina.
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Pareceres técnicos sobre a avaliação de um vídeo feita pelo perito Ricardo Molina informam que o estudante Paulo Henrique dos Santos, de 22 anos, não participou da agressão ao comandante da Polícia Militar Reynaldo Simões Rossi durante manifestação em São Paulono mês passado. O universitário está preso por suspeita de tentar matar o oficial.
O G1 teve acesso à análise realizada pelo especialista. No documento, o perito avaliou quadro a quadro as cenas de vídeo sobre o caso divulgado na internet. As imagens foiram usadas por policiais civis e militares para tentar identificar os suspeitos. “Em nenhum dos trechos da gravação Paulo aparece agredindo o policial”, afirma o perito em sua conclusão.
A perícia particular foi contratada pela defesa de Paulo Henrique. O parecer técnico deve usado na estratégia de defesa do rapaz, possivelmente em um pedido de habeas corpus para algum desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Na segunda-feira (4), a Justiça negou novo pedido de liberdade provisória para o detido e determinou que ele permanecesse no Centro de Detenção Provisória (CDP) Pinheiros III.
“O escritório pediu esse parecer ao doutor [Ricardo] Molina para comprovar que nosso cliente é inocente quando alega que estava no local, mas não agrediu o coronel”, afirmou Alexandre Martins, um dos advogados do estudante.
“O escritório pediu esse parecer ao doutor [Ricardo] Molina para comprovar que nosso cliente é inocente quando alega que estava no local, mas não agrediu o coronel”, afirmou Alexandre Martins, um dos advogados do estudante.
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Paulo Henrique está preso desde o dia 25 de outubro, suspeito de tentativa de homicídio do coronel. O oficial da PM teve a clavícula quebrada na agressão cometida por um grupo de mascarados durante a manifestação do Movimento Passe Livre (MPL), no Terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no Centro de São Paulo. Durante a agressão, a pistola calibre .40 e o radiocomunicador do comandante também foram roubados. Cinegrafistas e fotógrafos profissionais, além de amadores, registraram o tumulto.
A pedido da reportagem, Ricardo Molina também analisou 15 fotos sobre a confusão no terminal de ônibus. “Tanto no vídeo quanto nas fotos não há nada que caracterize que ele agride alguém ou o coronel. Ele também não segura nenhum objeto que mostre que está com intenção de agredir alguém. A cara dele e as mãos estão limpas. Quem está com a prancha de madeira é uma pessoa mascarada”, disse o perito.
A pedido da reportagem, Ricardo Molina também analisou 15 fotos sobre a confusão no terminal de ônibus. “Tanto no vídeo quanto nas fotos não há nada que caracterize que ele agride alguém ou o coronel. Ele também não segura nenhum objeto que mostre que está com intenção de agredir alguém. A cara dele e as mãos estão limpas. Quem está com a prancha de madeira é uma pessoa mascarada”, disse o perito.
Molina tem um laboratório especializado para fazer perícias em materiais de áudio, vídeo e documentos em geral. Ele trabalhou em casos que tiveram repercussão nacional como a Chacina de Vigário Geral (RJ), o acidente com o grupo musical Mamonas Assassinas (SP), o Caso PC Farias (AL) e a prisão do traficante Fernandinho Beira-Mar (RJ).
Registros
Além do vídeo “Coronel Da Policia Militar é Agredido em São Paulo 25/10/13”, publicado inicialmente no YouTube, fotos da confusão que mostram o estudante sem máscara, próximo ao grupo que agride o PM, foram usadas por policiais civis na identificação de Paulo Henrique. Nesta segunda (4), porém, já não era mais possível acessar o vídeo.
Além do vídeo “Coronel Da Policia Militar é Agredido em São Paulo 25/10/13”, publicado inicialmente no YouTube, fotos da confusão que mostram o estudante sem máscara, próximo ao grupo que agride o PM, foram usadas por policiais civis na identificação de Paulo Henrique. Nesta segunda (4), porém, já não era mais possível acessar o vídeo.
Na gravação, o coronel aparece sendo cercado por um grupo. Mascaradas, algumas pessoas o agridem com pedaços de madeiras e chutes. O comandante tenta se desvencilhar dos agressores e corre.
Segundo boletim de ocorrência registrado no 1º Distrito Policial, na Sé, o policial militar Marco Yukio Yoshin, de 36 anos, que aparece nas imagens sacando uma arma para salvar o coronel de um linchamento, reconheceu o estudante por foto como um dos três agressores de Reynaldo Rossi. Além do universitário, outras seis pessoas foram detidas por suspeita de participarem da depredação do patrimônio público.
O G1 não conseguiu localizar o responsável pelo comando da área central da PM e Marco Yoshin para comentarem o caso. No dia 30 de outubro, Reynaldo Rossi afirmou que não falaria do assunto naquele momento.
Prisão
Quando negou pela primeira vez o pedido de liberdade feito pela defesa de Paulo Henrique, o juiz Alberto Anderson Filho, da Primeira Vara do Tribunal do Júri, do Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, alegou que "o fato de o indiciado ser primário, estar cursando universidade, e ter respaldo familiar, não o afastou da participação em baderna na via pública". No texto, o magistrado justificou a decisão alegando se tratar de “manutenção da ordem pública”.
Quando negou pela primeira vez o pedido de liberdade feito pela defesa de Paulo Henrique, o juiz Alberto Anderson Filho, da Primeira Vara do Tribunal do Júri, do Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, alegou que "o fato de o indiciado ser primário, estar cursando universidade, e ter respaldo familiar, não o afastou da participação em baderna na via pública". No texto, o magistrado justificou a decisão alegando se tratar de “manutenção da ordem pública”.
“A defesa afirma que o indicado estava em meio ao tumulto e isso ela demonstra com fotografias. Não se pode, neste momento, questionar-se acerca da efetiva conduta do indiciado, mesmo porque ele sequer foi denunciado, nem mesmo se sabe se o será. Mas, como garantia da ordem pública, fica mantida a decisão que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva”, completou.
Em contrapartida, o promotor Neudival Mascarenhas Filho deixou claro que concordava com o pedido da defesa. “O pleito defensivo merece ser acolhido. Não estão presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva. Não há nos autos indícios de que o indiciado seja uma ameaça à ordem publica ou de que se estiver solto frustrará a aplicação da lei penal. Ante o exposto, requeiro que sejam acolhidas as razões da defesa para que o indiciado seja posto em liberdade”.
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