'É impossível esquecer tudo o que vivemos', diz sobrevivente.
Fenômeno provocou a morte de duas pessoas e 66 ficaram feridas.
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Após 30 dias da passagem de um tornado que provocou destruição em Taquarituba (SP), muitas famílias ainda tentam se recuperar dos danos que sofreram. O fenômeno climático atingiu a cidade no último 22 de setembro deixando dois mortos, 66 feridos e centenas de casas danificadas, além de destruição de indústrias e prédios públicos.
A equipe do G1 esteve nos bairros que foram mais atingidos pelo fenômeno. Pelas ruas, ainda é possível ver os destroços e o trabalho de reconstrução. O servente de pedreiro Benedito Antero da Costa conta que teve a casa totalmente destruída, por isso, precisou da ajuda do governo do estado. Ele, os três filhos e o neto estão morando em uma casa alugada até que a propriedade da família seja reconstruída.
Segundo o morador, os poucos segundos que o tornado durou foram suficientes para destruir todo o trabalho da sua vida. “Perdi dois carros, uma moto e tudo o que estava dentro da minha casa. Foi uma verdadeira catástrofe”, relembra o homem de 55 anos.
Apesar do desastre, Costa ainda acredita que pode refazer a vida. “Mesmo com tudo isso, fico feliz por não ter perdido meus filhos e meu neto. Estamos vivos e é isso que importa. Creio na força de Deus e nos meus amigos que estão nos ajudando a refazer a vida”, conclui.
A dona de casa Luzia de Carvalho Leite é moradora do bairro Carmélia, um dos mais prejudicados. Ela teve a casa totalmente destelhada. Além disso, dois muros desmoronaram.
Em entrevista ao G1, ela conta que não foi apenas o prejuízo financeiro que a prejudicou, mas que teve o psicológico muito abalado. “Logo que aconteceu eu fiquei uma semana sem dormir. Depois disso entrei em uma depressão profunda. A todo momento acho que pode acontecer esse desastre de novo. Não dá para esquecer nunca mais. É impossível esquecer tudo o que vivemos'”, diz.
Vamos viver com medo de que aconteça de novo"
Mayara dos Santosr
Mayara dos Santos mora em um bairro que não foi danificado, mas a auxiliar de escritório de 18 anos conta que o fenômeno marcou toda a cidade. “Esses dias eu e minhas amigas estávamos reunidas e começou a ventar. Logo todo mundo correu para sua casa. É muito difícil esquecer tudo isso. Parece que vamos viver com medo de que aconteça de novo”, desabafa.
Prejuízos
Outra área devastada pelo tornado foi o Distrito Industrial. Um mês depois, ainda é possível ver os danos. Pedro Braz Alves é dono de três cerâmicas na mesma região. Depois do tornado, a produção teve de ser interrompida por aproximadamente 20 dias.
Outra área devastada pelo tornado foi o Distrito Industrial. Um mês depois, ainda é possível ver os danos. Pedro Braz Alves é dono de três cerâmicas na mesma região. Depois do tornado, a produção teve de ser interrompida por aproximadamente 20 dias.
Segundo o empresário, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 900 mil. “Graças a Deus não tive de mandar meus funcionários embora. Ainda vai demorar para nos reestruturarmos de novo, o prejuízo foi grande demais, mas vamos tentar voltar ao normal aos poucos”, conta.
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De acordo com a prefeitura de Taquarituba, os danos em infraestrutura e patrimônio público – ruas, asfalto danificado entre outros, somam um prejuízo de aproximadamente R$ 4 milhões.
Deste total, aproximadamente R$ 1,4 milhão será destinado para a reconstrução do terminal rodoviário. Atualmente, o serviço está funcionando na garagem de uma empresa, mas a previsão é que volte ao local antigo em uma semana.
Outro investimento alto será na reconstrução do parque industrial, que fica na Avenida Dorival Dognani. Ainda segundo a prefeitura mais de R$ 1,6 milhão será destinado para esse fim.
Relembre o desastre
O fenômeno climático provocou transtornos a pelo menos 11 mil pessoas. Esse número corresponde a aproximadamente 50% da população do município que tem 23 mil moradores. Os dados abrangem as famílias que tiveram as casas atingidas, além das famílias que sofreram falta de abastecimento de água, energia elétrica e serviços de telefonia devido ao rompimento de cabos e fios.
O fenômeno climático provocou transtornos a pelo menos 11 mil pessoas. Esse número corresponde a aproximadamente 50% da população do município que tem 23 mil moradores. Os dados abrangem as famílias que tiveram as casas atingidas, além das famílias que sofreram falta de abastecimento de água, energia elétrica e serviços de telefonia devido ao rompimento de cabos e fios.
Os ventos fortes derrubaram a cobertura de um posto de combustíveis, arrancaram árvores e causaram vários acidentes de trânsito. O terminal rodoviário da cidade ficou totalmente destruído. Até os silos de armazenagem de grãos foram danificados.
Segundo a Somar Meteorologia, o temporal que atingiu a região foi resultado de uma frente fria que veio do Sul do país e trouxe nuvens carregadas à região.
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