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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Motivo de suposta espionagem são interesses econômicos, diz Dilma


Neste domingo, Fantástico mostrou que Petrobras era alvo dos EUA.
Em nota, presidente disse que estatal não representa ameaça a segurança.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília
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A presidente Dilma Rousseff afirmou em nota nesta segunda-feira (9) que, se comprovada, a espionagem dos Estados Unidos sobre a Petrobras, tem por motivos "interesses econômicos e estratégicos". Neste domingo, reportagem do Fantásticorevelou documentos de que a estatal estaria entre os alvos da Agência Nacional de Segurança (veja a reportagem ao lado).
Na nota, a presidente diz que a Petrobras "não representa ameaça à segurança de qualquer país", em referência a justificativas anteriormente dadas pelo governo americano para atos de espionagem, que incluiriam identificação e interceptação do conteúdo de comunicações por telefone, e-mails e mensagens eletrônicas.
A estatal, diz Dilma, "representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro".
A presidente diz ainda que o governo "está empenhado" em obter esclarecimentos dos EUA "sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos".
Na próxima quarta-feira (11), o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, deve se encontrar com a assessora-chefe de Seguranca Nacional da Casa Branca, Susan Rice, em Washington, para discutir o assunto. Na semana passada, o presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu dar explicações formais também até quarta.
Os dados sobre a Petrobras estão em documentos vazados por Edward Snowden, analista de inteligência contratado pela NSA, que divulgou esses e outros milhares de registros em junho passado. O jornalista Glenn Greenwald foi quem recebeu os papéis das mãos de Snowden.
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Snowden Cronologia (6/9) (Foto: Editoria de Arte / G1)
A NSA nega espionagem para roubar segredos de empresas estrangeiras. Ao jornal "The Washington Post", a agência afirmou não fazer espionagem econômica de nenhum tipo, incluindo o cibernético.
Na nota, Dilma diz que "tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas". Conclui dizendo que tomará "todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas".
Na semana passada, o Fantástico já havia divulgado que a presidente Dilma Rousseff e o que seriam seus principais assessores foram alvos diretos de espionagem da NSA.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência. Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.
Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.
Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.
Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil





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