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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Segurança diz que questionou a falta de saídas de emergência na Kiss



Ele afirmou que durante o tempo que trabalhou na casa jamais recebeu treinamento para prevenir incêndios. A Justiça bloqueou os bens dos donos da boate Kiss.

Giovani GrizottiSanta Maria, RS
Na segunda-feira (28) à noite, a Justiça bloqueou os bens dos donos da boate Kiss. A polícia busca, em outras casas noturnas que também são desses empresários, pistas que possam ajudar nas investigações da tragédia.
O segurança trabalhou pouco mais de um ano na boate Kiss, em Santa Maria. Ele afirma que durante todo este período jamais recebeu treinamento para prevenir incêndios e que não existem saídas de emergência adequadas na casa.
“Para nós que éramos seguranças, que estávamos para segurar a integridade física de todos, nunca foi apresentado nada”, conta.
Ele afirma também que chegou a questionar os chefes sobre o que chama de deficiências de segurança da boate. “Pedi para ele me mostrar, me passar as saídas de emergência. Ele me disse que a saída de emergência era a porta de entrada. E eu perguntei para ele onde eram as janelas, os exaustores. Ele disse que não tinha. Eu ainda perguntei para ele como que ele conseguiu fazer para conseguir o alvará? E ele pediu para que eu cuidasse das brigas que do resto cuidava ele”, lembra.
Nesta segunda-feira (28), a Justiça decretou o bloqueio dos bens de quatro sócios da casa noturna. “Garantir, no futuro, que essas famílias e as vítimas não-fatais possam ser ressarcidos. Obviamente a dor não se tem como reparar. Mas indenizar moralmente e materialmente os danos que sofreram essas pessoas”, afirma o defensor público João Otávio Carmona Paz.
Um dos sócios da boate se apresentou na polícia depois de ter a prisão temporária decretada. Mauro Hoffmann prestou depoimento na delegacia e foi encaminhado ao presídio. Duas casas noturnas que seriam dele foram alvo de buscas no começo da noite, mas nada foi encontrado que pudesse auxiliar nas investigações.
Outro sócio, Elissandro Spohr, também teve prisão decretada e está sob custódia em um hospital de Cruz Alta, no norte gaúcho. Ele está internado para tratar uma intoxicação causada pela fumaça do incêndio.
“É melhor respeitar a situação clínica e física dele, deixar passar um pouco, para que ele tenha uma condição psíquica e física melhor, e eu possa conversar com calma”, afirma o advogado Jader Marques.
Foram presos ainda dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava na boate na hora do incêndio, entre eles, o vocalista Marcelo Santos. Em depoimento, ele admitiu que usou um sinalizador no palco, mas que as faíscas não seriam capazes de produzir fogo. O vocalista acredita que as chamas foram causadas por um curto circuito.
A utilização de fogos fazia parte da apresentação da banda Gurizada Fandangueira. O show de pirotecnia acontecia durante o solo de sanfona.
Em entrevista, outros dois músicos da banda contaram como foi o início do incêndio. “Eu senti que pingou um negócio, olhei para cima e estava pegando fogo. Aí eu gritei: ‘Está pegando fogo!’”, lembra o guitarrista Rodrigo Lemos Martins.
O baterista Eliel de Lima conta: “Um rapaz, na correria, alcançou o extintor para o vocalista, que tentou, mas não funcionou o extintor. Aí saltou o segurança, pegou o extintor e também não conseguiu e fogo já foi se abrindo, se agravando”.
O comando do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul afirma que os equipamentos de segurança da boate estavam em ordem, mas ainda não apresentou provas de que de fez a vistoria para renovar o alvará, vencido desde agosto de 2012.

A polícia também quer saber onde foi parar o computador que armazenava as imagens das câmeras de segurança da boate. O equipamento ainda não foi encontrado.
fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/seguranca-diz-que-questionou-falta-de-saidas-de-emergencia-na-kiss.html

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