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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

'A casa não podia estar funcionando', diz delegado do caso da boate Kiss



A Polícia Civil já apontou uma série de irregularidades encontradas na casa noturna. Outra linha de investigação examina a obra feita depois de um processo movido por vizinhos por causa do excesso de barulho.

O Ministério Público Federal vai investigar o incêndio em Santa Maria. A Justiça quer sabe se a Prefeitura e os Bombeiros falharam na fiscalização da boate Kiss.
A Polícia Civil já apontou uma série de irregularidades encontradas na casa noturna. Segundo o delegado responsável pelo caso, a boate não poderia estar funcionando.
Depois de ouvir 44 depoimentos e analisar os resultados iniciais da perícia, o delegado responsável pelo caso foi categórico: a boate Kiss não deveria estar funcionando.
“Temos vários indicativos de que casa não poderia estar funcionando. Se a casa estivesse regular não teria ocorrido morte de quase 240 pessoas lá dentro”, afirma Marcelo Arigony.
O delegado listou uma série de irregularidades: “O alvará de incêndio estava vencido desde 10 de agosto, o alvará sanitário estava vencido desde 31 de março. E têm diversas outras irregularidades quanto à iluminação, ao layout, talvez às portas de segurança”, diz o delegado.
O material usado para forrar o teto também será analisado. “Nós não temos ainda a perícia técnica, mas nos parece que a espuma do local é uma espuma que, quando queimada, é altamente inflamável e produz gás tóxico”, afirma Marcelo Arigony.
O delegado afirmou ainda que a banda usou um sinalizador mais barato, restrito a ambientes externos. “O outro é em torno de R$ 70, e esse custa R$ 2,50. Por economia eles estavam utilizando esse”, ressalta Arigony.
Outra linha de investigação examina a obra que foi feita na boate depois de um processo movido por vizinhos por causa do excesso de barulho. O material usado na reforma pode ter facilitado a propagação das chamas.
Nesta quarta-feira (30) a boate Kiss vai ser fechada com tapumes e ficará isolada para o caso de a polícia precisar de mais provas. Na terça a perícia voltou ao local do incêndio e fez imagens dos escombros.
De acordo com os investigadores, a falta de sinalização dificultou a saída do público. “Nós não encontramos iluminação para o caso de crise. Quando a fumaça tomou conta deveria haver iluminação que indicasse a saída. Isso está nitidamente demonstrado que não funcionou porque muitas pessoas correram para o banheiro e acabaram morrendo no banheiro”, ressalta o delegado.
A polícia enviou ofícios à Prefeitura e ao Corpo de Bombeiros para cobrar a documentação da casa noturna. O Ministério Público apura se houve omissão por parte das autoridades, e aguarda a conclusão do inquérito para apontar os responsáveis.
O Comando-Geral da Brigada Militar informou que o laudo apresentado pela boate Kiss indicava que o estabelecimento possuía duas saídas de emergência. Ainda de acordo com a brigada, os proprietários não tinham autorização para uso de materiais pirotécnicos dentro da casa noturna.

fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/01/casa-nao-podia-estar-funcionando-diz-delegado-do-caso-da-boate-kiss.html

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