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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Moradores passam noite em calçada depois de incêndio em favela de SP



Comunidade na Zona Sul foi parcialmente destruída na segunda.
Mais de 1,1 mil pessoas ficaram desabrigadas, segundo a Defesa Civil.

Do G1 SP
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Parte dos moradores da favela Sônia Ribeiro, na região do Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo, passaram a noite em uma calçada depois do incêndio que destruiu 285 casas e barracos na tarde desta segunda-feira (3). Mulheres e crianças se abrigaram em uma igreja próxima à comunidade. Esse foi o 32º incêndio registrado em favelas na capital – oito só no mês de agosto. 
Durante a madrugada e nesta manhã, moradores ainda buscavam pertences que tivessem resistido ao fogo. Mais de 1,1 mil pessoas ficaram desabrigadas, de acordo com estimativa do coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil do município, por causa do fogo que atingiu 4,5 mil m². Apesar de terem concluído os trabalhos de rescaldo, os bombeiros continuavam no local nesta manhã para evitar que as chamas voltem a aparecer.

A administração municipal colocou à disposição depósitos onde os moradores podem guardar os móveis e eletrodomésticos que conseguiram salvar do incêndio. As famílias irão receber alimentação. A Prefeitura também colocou albergues à disposição dos desabrigados. Eles, porém, não aceitam essa opção e aguardam por indenização.

O fogo consumiu as moradias erguidas no terreno que fica na Rua Cristóvão Pereira com a Avenida Jornalista Roberto Marinho. Pelo menos três pessoas ficaram feridas. De acordo com os bombeiros, um dos feridos teve queimaduras de primeiro grau e outro teve intoxicação por fumaça. Ambos foram levados a hospitais na região. Um homem teve ferimentos em um dos pés ao cair para tentar retirar pertences de uma casa.
Incêndio na Zona Sul (Foto: Arte/G1)
O subprefeito de Santo Amaro, coronel Roberto Costa, disse que moradores relataram que o fogo se espalhou a partir de um ponto onde moradores depositam o lixo. "Segundo os zeladores comunitários, o fogo começou em uma espécie de lixão que existe dentro da comunidade. Ele foi se alastrando, mas os moradores se mobilizaram rapidamente para sair", disse.
A comunidade fica nas imediações da Avenida Washington Luís, perto do Aeroporto de Congonhas. O funcionamento do aeroporto, porém, não foi alterado, segundo a Infraero. O vento levava a fumaça em direção contrária a das pistas de Congonhas.

Incêndios
De acordo com o Corpo de Bombeiros, enquanto neste ano já foram registrados 32 incêndios em favelas na capital, em todo o ano de 2011, foram 79 ocorrências.

O tenente Marcos Palumbo, dos bombeiros, disse em entrevista à Globo News que a massa de ar seco que atuava sobre a cidade provoca o ressecamento dos materiais, como a madeira da qual os barracos são feitos, o que facilita a propagação das chamas. “É uma grande dificuldade porque a gente não consegue acessar o centro da favela. É uma situação complicada.”

Bombeiros trabalham para apagar fogo em favela (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)Bombeiros trabalham para apagar fogo em favela (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Projeto habitacional
A favela que foi afetada pelo incêndio está na lista de áreas que devem passar por um processo de desapropriações planejado para ocorrer em todo o eixo da Avenida Jornalista Roberto Marinho.

Nos arquivos da Secretaria Municipal de Habitação, a comunidade afetada é conhecida como Favela Sônia Ribeiro, embora os moradores a tenham apelidado de Favela do Piolho. De acordo com o projeto da Prefeitura, no lugar dos barracos queimados estava planejado a realização de  tratamento urbanístico e implantação de parques e áreas de lazer.

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