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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Helicóptero da PM tem simulador de situações de risco no céu; veja vídeo


Grupamento aéreo, que completou 30 anos, alugou máquina por R$ 519 mil.
G1 embarca em voo que simulou até uma queda da aeronave em SP.

Kleber TomazDo G1 São Paulo
Pela primeira vez, pilotos de helicópteros da Polícia Militar (PM) passarão a treinar situações de risco em um simulador de voo que usa imagens do céu de São Paulo. Para capacitar novos pilotos ou reciclar os 102 policiais militares que pilotam 21 aeronaves AS-50 Esquilo, a corporação vai pagar R$ 519 mil de aluguel do equipamento. O G1 participou de um voo de simulação (veja vídeo acima).
O valor dará direito a 525 horas de testes dentro da máquina Flight Training Device (FTD), da empresa CAE South America Flight Training. A nova fase na preparação dos policiais começou em 15 de agosto, data de aniversário do Grupamento de Radiopatrulha Aérea João Negrão, que completou em agosto 30 anos de existência.
Antes do simulador, os testes eram feitos nas próprias aeronaves, o que comprometia e limitava a formação do piloto. Eventuais problemas mecânicos, como falha no rotor de cauda, não podiam ser simulados por colocar em risco a vida do aluno.

Em agosto de 2013, um helicóptero de treinamento da PM fez pouso forçado em um voo de instrução na Represa Guarapiranga, em São Paulo. Na ocasião, uma pane no motor causou a queda da aeronave.
“Até então nós treinávamos na própria aeronave, só que nem todas as panes podem ser treinadas, na íntegra, numa aeronave”, disse o capitão Marcus Vinicius Baracho de Souza, de 46 anos, piloto da Radiopatrulha Aérea da PM, professor e instrutor de voo da escola de aviação da corporação. “Então eu posso pelo simulador realmente cortar o motor da aeronave e submeter o meu piloto à experiência que ele não teria como ter numa aeronave real”.
Por serem empregados em ações policiais, os helicópteros Esquilo foram rebatizados na corporação como ‘Águias’ da PM. A Polícia Militar também possui mais dois helicópteros de instrução, modelo Schweizer (os ‘Gaviões’) e quatro aviões que transportam tropas e levam órgãos humanos para transplantes.
Simulador de helicóptero (Foto: Kleber Tomaz / G1)Simulador tem formato cilíndrico (Foto: Kleber Tomaz / G1)
De acordo com a PM, é mais barato para os cofres públicos alugar o aparelho do que comprar um idêntico. Uma das principais funções do equipamento é reproduzir problemas de funcionamento da aeronave para possibilitar ao piloto treinar os procedimentos de emergências.
Um modelo deste custaria mais de R$ 25 milhões, fora a manutenção, segundo Alexandre Santos, engenheiro da CAE. “Esse simulador foi feito em Montreal, no Canadá, e veio no fim do ano passado ao Brasil”, disse Santos. 

Segundo Baracho de Souza, o treinamento no simulador também representa uma economia com os helicópteros da PM. “Se os pilotos treinassem em uma aeronave real, teria um custo três vezes maior, algo em torno de R$ 1,5 milhão”, falou. “Além disso, seria preciso deixar um helicóptero exclusivo para treinamento, inviabilizando seu uso para uma ação policial”.
A CAE se responsabiliza por profissionais técnicos e gastos para homologação na Agência Nacional de Aviação (Anac).
Resgate
O modelo dos helicópteros Águia possui seis lugares e custa até R$ 10 milhões. É a principal aeronave da PM no atendimento a emergências em todo o estado. São operações de resgate de vítimas de acidentes de carros, salvamento de moradores de locais atingidos por incêndios ou enchentes e perseguições a criminosos.
Piloto treina em simulador (Foto: Kleber Tomaz / G1)Pilotos da Polícia Militar vão treinar em simulador de
helicóptero em São Paulo (Foto: Kleber Tomaz / G1)
Os Águia estão espalhados em dez bases no interior e duas na capital (Campo de Marte, na Zona Norte, e Interlagos, Zona Sul). “Ele pode ir do Campo de Marte até a Avenida Paulista em três minutos”, afirmou Baracho de Souza. Os profissionais são preparados para atender à maioria das emergências em 15 minutos.
No simulador, a sensação do piloto e reação da máquina são idênticas às de um helicóptero de verdade. “É possível preparar o piloto para situações de emergências que não poderiam ser executadas num helicóptero real porque os riscos seriam quase fatais”, disse.
O aparelho que simula as condições do helicóptero é uma estrutura oval do lado de fora. Dentro, funciona como um videogame gigante, com dois assentos – para o piloto aluno e copiloto instrutor. Um programa de computador insere as imagens diante dos policiais e controla as condições do equipamento (veja no vídeo abaixo as simulações de perda de motor e de rotor de cauda).
Em ocorrências reais, o helicóptero é equipado com rádios de comunicações e câmeras de vídeos, com imagens transmitidas em tempo real à central de controle. Os policiais usam coletes à prova de balas e armas.
Se for preciso realizar um salvamento, cestos são lançados em terra ou na água. Também usam macas e guinchos para resgatar feridos. Quando preciso, a aeronave funciona como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel. Os salário inicial de pilotos e copilotos gira em torno de R$ 5 mil.

Helicóptero Águia da PM em operação no centro de São Paulo (Foto: Divulgação / PM)Helicóptero Águia da PM em operação na região da Avenida Paulista. (Foto: Divulgação/PM)
fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/09/helicoptero-da-pm-tem-simulador-de-situacoes-de-risco-no-ceu-veja-video.html

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