Total de visualizações de página

quarta-feira, 15 de maio de 2013

G1 registra as dificuldades de quem anda de bike pelas ciclovias do Rio



Rio tem 305 quilômetros de ciclovias e até 2016 deve chegar a 450.
Motoristas e pedestres desrespeitam o espaço dos ciclistas.

Mariucha MachadoDo G1 Rio
28 comentários
Uma quinta-feira com céu azul, temperatura amena e uma bike. O cenário é um convite para  cariocas e turistas curtirem o Rio. Mas o passeio pela cidade pode ficar difícil para quem está visitando a cidade. O G1 percorreu um trecho do Jardim Botânico, Gávea, a orla do Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo e parte da Lagoa Rodrigo de Freitas, todas as áreas na Zona Sul, para verificar as dificuldades dos ciclistas na ciclovia.
  •  
  
Ciclovia no Jardim Botânico tem marcações de calçada compartilhada com pedestres. (Foto: Mariucha Machado/G1)

Início da jornada: Jardim Botânico
Como qualquer pessoa que quer conhecer a cidade pedalando, o G1 alugou uma bicicleta em uma das estações que fica localizada na Rua Pacheco Leão, no Jardim Botânico. Às 7h30 o passeio começou. O objetivo era sempre estar na ciclovia. Dada a partida, seguimos pelo Jardim Botânico até chegar à Praça Santos Dumont, na Gávea. O trajeto tem placas de sinalização, marcação de calçada compartilhada entre ciclistas e pedestres e asfalto bom para os ciclistas.
  •  
G1 utilizou a ciclovia durante todo o trajeto. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Gávea
Respeitando a ciclovia, o G1utilizou os sinais de trânsito para cruzar as pistas e seguir em direção ao Leblon. Na Avenida Bartolomeu Mitre, os pedestres e passageiros que desciam nos pontos de ônibus dividiam o espaço com os ciclistas. A falta de respeito de alguns motoristas também foi verificada; um taxista que estava parado sobre a ciclovia impedia o tráfego e outros veículos estavam estacionados sobre a calçada.
Cruzar a Rua Dias Ferreira, perpendicular a Avenida Bartolomeu Mitre, no Leblon, não tem sinal para os pedestres. (Foto: Mariucha Machado/G1)

Leblon
Cruzar a Rua Dias Ferreira, perpendicular a Avenida Bartolomeu Mitre, é arriscado. Sem um sinal para pedestres e ciclistas o jeito é esperar uma brechinha e dar aquela corrida. Uma mãe com o filho e um casal de idosos alertou para o perigo: “O jeito aqui é ter paciência e só atravessar quando realmente não tiver carro vindo”.
Obras do metrô na Praça Antero de Quental, no Leblon, interromperam a ciclovia. (Foto: Mariucha Machado/G1)






Placas orientam os pedestres na Praça Antero de Quental, no Leblon. (Foto: Mariucha Machado/G1)
As pedaladas pela avenida continuaram até o momento em que a obra do metrô na Praça Antero de Quental, ainda no Leblon, interrompeu a ciclovia. Para seguir o passeio, foi necessário desviar pelo cantinho da calçada da Avenida Ataulfo de Paiva, dividir o espaço com os transeuntes, pegar a Rua General Urquisa, a Avenida General San Martin e voltar para ciclovia da Avenida Bartolomeu Mitre. Um agente da CET-Rio que estava no cruzamento dessas vias informou que os ciclistas estão reclamando muito da interrupção da ciclovia. Não há nenhum via alternativa e placa informativa com as mudanças.
Esquinas das avenidas General San Martin e Bartolomeu Mitre marcam local do atropelamento de diretora da TV Globo. (Foto: Mariucha Machado/G1)
No mesmo local, o G1encontrou uma bicicleta pintada de branca pendurada em um poste e um vaso de flores. O local marca o ponto onde a produtora da TV Globo Gisela Matta foi atropelada.  Um carro da Guarda Municipal estava na região. O cheirinho do mar já mostrava que depois de algumas pedaladas a orla estava se aproximando.
Pontos de ônibus na orla do Leblon dividem espaço com os ciclistas. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Não tem como não admirar a beleza do Rio. Os turistas e cariocas podem percorrer a orla da Zona Sul em uma ciclovia sinalizada, com marcações na pista, faixa de pedestre nos cruzamento, com asfalto lisinho e até um carrinho da Comlurb fazendo a limpeza do trajeto.
Mas os pontos de ônibus na orla do Leblon dividem um espaço pequeno e apenas com uma pintura na via com os ciclistas.
Carros cortam ciclovia para entrar na Rua Francisco Bhering, em Ipanema. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Ipanema
Depois do Leblon, o G1continuou o trajeto por Ipanema. Um trecho perigoso para os ciclistas é a entrada da Rua Francisco Bhering. A via é fechada por uma cancela e o trânsito de veículos é proibido, apenas os moradores podem passar. Mas não foi bem o que foi registrado. Para entrar nesta área, os motoristas que saem da Avenida Vieira Souto precisam cruzar a ciclovia. Pedestres e ciclistas que estiverem distraídos podem se envolver em um acidente. A ciclovia também usada pelos veículos para fazer o retorno.
Ciclistas encontram sinais de trânsito pela ciclovia da Rua Francisco Otaviano.  (Foto: Mariucha Machado/G1)





Obra interrompe ciclovia na chegada da Praia de Copacabana. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Ciclovia na Praia de Copacabana é sinalizada. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Copacabana
A bordo da magrela, o percurso avança. O G1 seguiu pela ciclovia da Rua Francisco Otaviano. Os ciclistas contam neste trecho com dois sinais luminosos exclusivos para a travessia.

Quase já na Praia de Copacabana, onde a festa de Ano Novo é uma das mais famosas do mundo, a ciclovia é interrompida mais de uma vez para a realização de uma obra. Quem está de bicicleta precisa seguir no cantinho da pista para veículos até chegar na ciclovia novamente. Após este pequeno trecho, a via exclusiva para quem gosta de pedalar volta a ser um tapete na orla da Praia de Copacabana.
Ciclovia na Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, é fiscalizada por agentes da Guarda Municipal. (Foto: Mariucha Machado/G1)






Ciclistas reclamam da segurança dentro do Túnel Novo. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Mudando de rumo para Botafogo
Na altura da Avenida Princesa Isabel, seguimos rumo a Botafogo. A ajuda da carioca Helen Silva Araújo foi fundamental neste momento. Além de informar o melhor caminho para cruzar as pistas da Avenida Atlântica, ela fez uma alerta para a segurança dentro do Túnel Novo. “Passar pelo túnel é perigoso. Tinha que ter câmeras de fiscalização. Tem gente que é perseguido e tudo. Só tem segurança onde passam os pedestres”, contou Helen, que usa a ciclovia para ir para o trabalho no Shopping Rio Sul todos os dias.

Um carro da Polícia Militar estava estacionado na saída do túnel.
Carro da Light para sobre a ciclovia em Botafogo. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Ciclovia na chegada da Praia de Botafogo. (Foto: Mariucha Machado/G1)

A ciclovia da chegada ao bairro manteve o padrão de sinalização e qualidade na pista. Mas o desrespeito de mais um motorista dificultava o trajeto. Um carro da Light estava parado exatamente no espaço dedicado aos ciclistas. O G1 passou pela Avenida Lauro Sodré, General Severiano, Avenida Pasteur e Praia de Botafogo.
Passagem subterrânea com rampa permite que os ciclistas e pedestrem cruzem as pistas da Praia de Botafogo. (Foto: Mariucha Machado/G1)
Para voltar ao destino, o Jardim Botânico, foi preciso mudar de trajeto. Foi usada a segunda passagem subterrânea, pois a primeira não tinha rampa para as bicicletas. O local não tem o cheiro muito bom. No momento em que o G1 esteve por lá, dois policiais verificavam um suspeito que estava sentado na escada.

Do outro lado da pista, os ciclistas já não têm mais ciclovias. O único jeito é dividir o espaço com atenção com os pedestres ou fazer o trajeto com os carros.
Ciclovia da General Polidoro começa e termina sem aviso. (Foto: Mariucha Machado/G1)






Poste de energia dificulta a passagem pela Avenida General Polidoro. (Foto: Mariucha Machado/G1)

Bem perto da Rua General Polidoro, enquanto esperava o sinal abril, o entregador Marcondes de Alencar e Silva já falou: “A ciclovia da General Polidoro é a pior, porque na verdade não tem. Como é que as autoridades querem que a gente ande de bicicleta se não tem onde andar? É por isso que o trânsito está assim”.

Neste trecho a ciclovia aparece e desaparece como uma mágica. A via é compartilhada com pedestres. Alguns pedaços o G1 encontrou sinalizações e pinturas vermelhadas na pista para delimitar a área para os ciclistas e em outros ela acaba nos cruzamentos e não aparece por um longo percurso. Quem for trafegar nesta área precisa ficar atento também para os buracos da via, os espaços espremidos entre os muros e postes de energia e claro, com a saída dos carros das garagens dos prédios, que muitas vezes não é sinalizada. A saída do eixo Leblon-Ipanema e Copacabana refletiu na qualidade da ciclovia.
Ciclovia aparece na Rua Real Grandeza. (Foto: Mariucha Machado/G1)

Seguimos neste sentido e com estes problemas até a Rua Real Grandeza, onde reapareceram as sinalizações da ciclovia. Mas, em um piscar de olhos, a via sumiu e o problema permaneceu até a Rua São Clemente.
Ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas tem sinalização. (Foto: Mariucha Machado/G1)

Dividir o espaço com os carros ou com os pedestres são as opções que os ciclistas têm. Até chegar na Lagoa, não tem saída. É preciso ter cuidado, respeitar as leis do trânsito e, sempre que possível, seguir pela ciclovia. O G1 chegou ao ponto inicial após 3h15 de pedalada.

A Cidade Maravilhosa tem atualmente 305 quilômetros de ciclovia e até 2016 a previsão da prefeitura é que este número chegue a 450 quilometros


Nenhum comentário:

Postar um comentário