Total de visualizações de página

quarta-feira, 13 de março de 2013

'A gente não se conforma', desabafa irmã de professora morta em Itirapina



Simone Lima foi esfaqueada supostamente por um aluno dentro da escola.
Polícia investiga hipótese de crime passional, já que ele seria apaixonado.

Do G1 São Carlos e Araraquara
14 comentários
A família da professora de português Simone Lima, que morreu esfaqueadaem uma escola de Itirapina (SP), na noite de segunda-feira (11), está perplexa com o crime. “A gente não se conforma”, desabafou a irmã Silmara de Lima, com quem a docente morava desde que ficou órfã de pai e mãe. A Polícia Civil trabalha com a hipótese de crime passional, já que ele seria apaixonado pela docente, segundo informações de testemunhas.
O crime aconteceu dentro da Escola Estadual Professor Joaquim de Toledo Camargo.  Segundo a Polícia Militar, o suspeito, que é um aluno de 33 anos, entrou na sala dos professores, empurrou um deles e atacou Simone, que não teve tempo de reagir. A vítima foi socorrida pelo Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), mas já chegou ao hospital sem vida.
A história deixou familiares, colegas de trabalho e estudantes chocados. “Ela era uma professora bem extrovertida, legal, compreensiva na sala de aula e eu nunca imaginava que isso fosse acontecer aqui”, falou a aluna Aline Julião.
Silmara Lima está inconformada com a morte da irmã em escola de Itirapina (Foto: Pauloi Chiari/EPTV)Silmara Lima está inconformada com a morte da
irmã em escola (Foto: Pauloi Chiari/EPTV)
Quem conhece o perfil da professora fica indignado. “Todo mundo só falava bem dela, ela sempre vivia sorrindo, nunca teve queixa de nada. E ela só tinha 27 anos, estava começando a vida agora, gostava do trabalho, estava feliz porque era uma coisa que queria, a gente não se conforma. A gente só quer justiça”, desabafou a irmã.
Segundo Silmara, em nenhum momento o estudante chegou a perseguir a professora, enviar cartas ou abordá-la. “Não que ela tenha comentado com a gente”, falou. Para ela, a suspeita da polícia é a única explicação para o caso. “Eu acho que era um amor platônico que ele tinha por ela e como não era correspondido resolveu se vingar dessa forma monstruosa que abalou a cidade inteira”, falou.
O horário do enterro da professora não foi divulgado pelos familiares.
Suspeito preso
O estudante, que tem aulas pelo programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), foi encontrado pela Polícia Militar às 3h desta terça-feira (12). Ele estava escondido em um canavial próximo a um resort na zona rural de Itirapina. Na fuga ele deixou cair a bainha da faca e o celular.
“Não teve resistência, não teve nada. O padrasto relatou informalmente que ele teria feito uso de entorpecente antes. Mas, pelo que consta, é um menino que tem família em ordem, não tem nenhuma deficiência ou algo que pudesse motivar esse tipo de ação”, afirmou o tenente da Polícia Militar Ademar Gregolim.
Velório da professora morta em escola de Itirapina é marcado por emoção (Foto: Pauloi Chiari/EPTV)Velório da professora morta em escola de Itirapina
é marcado por emoção (Foto: Pauloi Chiari/EPTV)
Falta de segurança
Para o Sindicato dos Professores, a falta segurança é evidente nas escolas. “Os relatos dos professores, principalmente nas reuniões que a gente faz no sindicato, têm demonstrado que essa situação de violência, de confronto entre professor e aluno é cada vez mais frequente, até que chega uma hora que foge do controle e chega a situações extremas”, relatou o conselheiro da Apeoesp Ronaldo Mota.
Proteção Escolar
O coordenador do Sistema de Proteção Escolar da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, Felippe Angeli, foi até a cidade para analisar o caso. “Nossa prioridade agora é colaborar com a investigação policial, que já deteve o suspeito, identificar de fato a autoria desse crime, e a partir daí ver o que a gente pode fazer para essa comunidade escolar que obviamente está muito abalada com tudo o que aconteceu”, disse Angeli.
Segundo ele, apesar do crime bárbaro, não deve haver a contratação de agentes de segurança para as escolas. “Não há seguranças na rede estadual de ensino. A gente tem a presença de outros funcionários que acompanham a entrada e saída de alunos e a convivência dentro da unidade escolar, desde uma equipe pedagógica, o professor mediador e outros agentes que acompanham a convivência. E aparentemente não houve falha de segurança, até porque, o principal suspeito é um aluno, então ele tinha toda entrada garantida na escola”, justificou.

fonte: http://g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2013/03/gente-nao-se-conforma-desabafa-irma-de-professora-morta-em-itirapina.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário